domingo, maio 04, 2008

Defender o Tua, por Mário Conde


Mário Conde tem sido um dos campeões da Linha do Tua. Viva!

1 comentário:

Turnilazio Funicolau disse...

Meus pais são do norte – Castanheiro do Norte – o nome da Sacrossanta Terra de onde provêm. Por razões ditadas pelo tempo que foi passando, somadas a outras dificuldades que o tempo arquitectou, demorei a conhecer a terra que a meus pais viu nascer e que considero como minha também, pois é lá que em primeiro me situo. Então, um dia lá fomos, para visitar os saudosos parentes e a terra.

Era o início da tarde, um pouco fria mas solarenga, quando parei logo a seguir a uma ponte, já perto do rioTua. Olhei para cima, sobre a minha esquerda, e observei uma ponte com via-férrea ladeada por dois túneis que saíam das montanhas. Senti uma emoção que não consigo descrever, mas sei que meus olhos denotaram a comoção que senti perante aquela paisagem que me era tão familiar, embora nunca a tivesse presenciado. Coisa estranha, toda esta informação que nos queima sem ainda termos experimentado o efeito doloroso do fogo que a faz arder. Enfim, meras constatações pessoais, que em nada influem naquilo que agora ante todos nós se desenha.

No entanto, sempre vou opinando que a tinta com a qual se pretende escrever o futuro, tem um odor nauseabundo, pestilento, enfim, fede.
Tem necessariamente de haver algum código de honra, carácter, – enfim chamem-lhe o que bem entenderem –, que sirva de bitola para a acção daqueles que agora nos governam. Não podem ser postos em causa os interesses superiores da Nação – e claro está, do seu povo (o que para mim, está implícito) –, em nome do acumular de mais riqueza de uns poucos.
Não estou a fazer o discurso do defensor dos pobrezinhos, mas apenas a notar que devem existir algumas regras mínimas a cumprir, sob pena de ficarmos todos pobrezinhos, e, em contrapartida, outros poucos, muitos ricos – se bem atentarmos aos últimos acontecimentos (ainda a procissão vai no adro), e mesmo tendo em conta o período eleitoral que já decorre (oh! se decorre! Porém, é este o único benefício que estes actos eleitorais nos proporcionam).

Peço desculpa, pois acabei por me desviar do assunto que aqui me trouxe (ou talvez não!?): a nossa bela e tão necessária Linha-férrea doTua. Bela por tão bem se enquadrar na paisagem envolvente e que tanto nos apraz percorrer, estimulando o turismo tanto nacional como estrangeiro, desfrutando daquela boa terra que Deus nos deu. Necessária por ser tão útil ás gentes daquelas terras, que sem ela têm a sua vida ainda mais dificultada, por escassez de meios de transporte e dificuldades inerentes ao tipo de terreno.
Tudo isto que acabei de referir vale bem mais do que uma barragem de necessidade duvidosa, que vai ter um baixo rendimento em relação ao seu custo, e que para mais, bem poderá ser construída noutro lugar.
Enfim, os interesses das populações e da Nação, deverão estar acima dos interesses pessoais de outros. Se tivéssemos um Rei – e infelizmente, por enquanto, não temos –, creio que assim se faria.
Bem-haja.

Luiz Andrino