O efeito dominó
Portugal Diário 25 Junho 2007
Mendo Henriques
Em 11 de Junho, o ministro Mário Lino foi à Assembleia da República anunciar o congelamento durante seis meses da decisão sobre o Novo Aeroporto de Lisboa. Decerto tinha nos ouvidos a frase de James Bond, traduzida à sua maneira: “Jamais digas jamais”Ha quem veja neste recuo face à Ota uma manobra maquiavélica. De uma assentada, esvazia a polémica sobre o novo Aeroporto, evita que o assunto contamine a Presidência da União durante seis meses, retira aos partidos da oposição o controlo do debate, e adopta uma postura responsável face ao apelo formulado pelo Presidente da República. E como brinde, ainda diminui o desgaste da candidatura de António Costa a Lisboa.Se acrescentarmos que é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil a avaliar o estudo de Alcochete e a Naer, a empresa responsável pelo desenvolvimento do novo aeroporto, a pagá-lo, ainda mais parece uma boa manobra para quem quiser t sustentar a Ota dentro de seis meses. O problema é que uma manobra só é boa ou má, por comparação com outras. E neste caso, depois da repulsa manifestada pelo país em nome do interesse nacional, o Governo não tinha outra decisão disponível. Pelo caminho, ficaram naturalmente muitas mensagens públicas e privadas, de muitos consórcios, grupos e personalidades. Houve muita manobras de desinformação que entretanto se foram anulando entre si, com pena dos adeptos das ‘teorias da conspiração’. Mas uma coisa ficou: o recuo de 11 de Junho foi uma vitória da cidadania que tornou evidente a fragilidade da opção pela Ota. Com a queda do “jamais” comecaram a cair por terra os argumentos de Mário Lino. O risco de perder os financiamentos europeus foi desmentido; e até chegaram argumentos de Bruxelas que a localização de Alcochete poderia gerar mais fundos. O atraso nas obras foi desmentido e confirmou-se que até se ganha dois anos pois na margem Sul não são necessários os trabalhos faraónicos de remoção de terras e construção sobre estacas. E o efeito de dominó continua. Ha quinze dias atrás, estudar outras hipóteses era muito caro. Mas depois de Rui Moreira, Presidente da Associacão Comercial do Porto, ter revelado que o estudo sobre Alcochete foi combinado com o primeiro-ministro, Mário Lino até aceitou estudar a Portela + 1. Assim, como defendem João Soares e os candidatos a Lisboa, até poderão vir a cair por terra muitas outras afirmações, como o esgotamento da Portela e os argumentos de segurança e ambientais para justificar o seu encerramento. Com tudo isto, ficam legitimados os argumentos dos especialistas que há dois anos vinham a defendem o cenário de manutenção da Portela, com um segundo aeroporto, que pode ser Alcochete, a crescer de forma modular e Montijo como solução provisória. A espectacular tomada de posição dos engenheiros do Técnico é uma óptima orientação.O melhoramento do Aeroporto da Portela que está em curso ate 2012 começa a recolher cada vez mais consensos. Todos os candidatos a Lisboa o defendem, com excepção de Antonio Costa. A transferência do AT1 de Figo Maduro para uma outra base militar na envolvente de Lisboa - Alverca ou Sintra – e o prolongamento para norte do taxiway nascente da pista 03/21; e deslocação desta pista 390 m para norte acaba com o problema de seguranca criado pelo atravessamento da pista e permitiria às aeronaves descolar a meio da pista alongada, poupando mais decibéis à cidade de Lisboa.Aumentam tambem em flecha as razões para adaptar a Base do Montijo a voos low-cost e charters do espaço Schengen. As instalações necessárias para quem vem da Europa Schengen são diminutas e qualquer turista será privilegiado em chegar a Lisboa, atravessando o Grande Estuário. Alem disso, os terrenos sao da Força Aérea, ou seja, o Estado tem uma boa solução anti-especulativa. A região metropolitana de Lisboa garantia assim um modelo aeroportuário suficientemente eficaz e competitivo para o mercado que temos (e que capta as low-cost) Richard de Neufville, especialista de MIT, veio a Lisboa dar este mesmo recado: adiar investimentos até a respectiva necessidade ser demonstrada. E toda a gente sabe que não há nada como um estrangeiro a falar para os provincianos ouvirem a razão já provada por nacionais.E finalmente, Alcochete. O estudo apresentado ao Governo vem confirmar que no campo de tiro de Alcochete – e o mesmo se poderia dizer de Faias, Rio Frio e Poceirão - há toda a conveniencia em implementar já em 2007 a reserva de terrenos com cerca de 6000 ha para um novo aeroporto, se o crescimento dos movimentos o exigir. A evolução mundial do tráfego aéreo, do preço do petróleo e dos fluxos turísticos dirão quando iniciar essa construção, de um modo faseado, pista a pista, criando um aeroporto definitivo a longo prazo com as infra-estruturas necessarias.Com tantos dominós a caírem, é caso para dizer que se deseja que no LNEC haja “especialistas no assunto”. A independência dos cientistas do LNEC será muito importante nesta fase.
domingo, junho 24, 2007
sexta-feira, junho 08, 2007
DIA MUNDIAL DOS OCEANOS
A assinalar a comemoração do Dia Mundial dos Oceanos - 8 de Junho de 2007 - aqui ficam imagens do Tejo: a vela principal do bote-de-fragata BAÍA DO SEIXAL a fazer-nos sonhar com esse Tejo imenso que nos levou até ao infinito,
a bandeira G do código internacional de sinais, como que a requerer piloto para novos mares portugueses, duas unidades da Armada Portuguesa a navegar frente a Almada
e embarcações de vela junto ao Cais do Sodré, coração tradicional da antiga Lisboa Marítima, com o novo edifício sede da Agência Europeia de Segurança Marítima em construção.
Os Oceanos são uma mais valia integrante do Planeta cuja vertente de Mar Português anda esquecida da maioria dos nossos concidadãos.
E é pena que assim seja, pois Portugal é um País Atlântico e Marítimo por vocação natural e por circunstâncias geopolíticas. No passado fomos capazes de transformar essas limitações em vantagens que fizeram de Portugal a maior potência marítima mundial durante os séculos XV e XVI.
Passados 500 anos, o Mar tem ainda muito a proporcionar a Portugal em termos de economia, industria, política e cultura.
Um verdadeiro oceano de oportunidades a pedir mais interesse e visão estratégica para além de Comissões politicamente correctas mas estáticas.
Precisamos de navios, armadores, unidades navais, estudos oceanográficos, cultura marítima... Temas para uma reflexão no Dia Mundial dos Oceanos.
Luís Miguel Correia
Text and images copyright L.M.Correia.
terça-feira, junho 05, 2007
SomosPortugueses lança Projecto de Resolução
No seguimento da sua actividade como think tank, o Somos Portugueses irá periodicamente preparar, debater e publicar resoluções direccionadas a dossiers/temas, gerais ou específicos, que a seu ver necessitam de atenção e intervenção. Nestes documentos são identificados problemas e enumeradas soluções, tentando que estas sejam concisas, objectivas e exequíveis.
Na sua fase de preparação, os projectos de resolução estarão acessíveis neste portal antes de serem debatidos pelo think tank. Neste período, convidamos os nossos leitores a fazerem as suas sugestões quanto a alterações, utilizando o seguinte formulário: clique aqui.
Agradecemos desde já o seu interesse e agradecemos a sua participação.
O primeiro projecto de resolução já está disponível:
Ordenamento do Território: A Região Metropolitana de Lisboa
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Causa da Cidadania,
Causa do Ordenamento
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