quinta-feira, abril 26, 2007

A DESGRAÇA DO ENSINO DA HISTÓRIA NAS NOSSAS ESCOLAS E A FALTA DA CULTURA DE CIDADANIA


Como recém-licenciado em História o que eu tenho notado ao longo da minha formação, não só desde o tempo da Escola Básica e/ou Secundária e pela fase Académica, é que de facto, a História seja ela de Portugal ou do Mundo não trata com o rigor que lhe é exigido os acontecimentos históricos e as análises político-económicas extremamente importantes para compreender as épocas que se estudam.

A partir do 10.º ano de Escolaridade, em História, fala-se:
- da Grécia Antiga – pouco ou nada se fala dos acontecimentos políticos da época, passando apenas pela "fronha" uma Análise ao sistema política Ateniense, à cultura e claro à arquitectura;
- da Roma Antiga – seguindo praticamente o mesmo como a Grécia Antiga.

De seguida, faz-se um salto para a Idade Média e o Império Carolíngio. Ninguém explica como é que caiu o Império Romano, ninguém explica como é que durante ainda bastante tempo tivemos um Império Romano do Ocidente e um Império Romano do Oriente - este que caiu em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos.
O Império Carolíngio é retratado apenas numa questão social, pouco política.
De repente fala-se da Formação de Portugal, esquecendo completamente a Formação do Território, liderada pelos Reis. Preferindo os autores dos manuais, falarem da ocupação do território e das Leis das Sesmarias assim do nada, sem dar a perceber ao estudante a razão pela qual foi tão importante essa lei na época do Reinado de Dom Fernando I.
O Fim da Idade Média seja na Europa, seja em Portugal é falado de uma forma extremamente superficial. Fala-se da Peste Negra, mas não há uma unica página a falar da Grande Guerra dos 100 anos que opôs o Reino de França ao Reino de Inglaterra. Ninguém fala das Invasões Vikings e Muçulmanas, como seria da obrigação dessa gente, ainda nos séculos VIII, IX e X. Não há um fio condutor da História.

Quando chegamos ao 11.º ano de Escolaridade, em História, fala-se do Renascimento, mas nunca se falou da formação dos diversos Estados Italianos -Republicas, Principados e os Estados Papais. Assim como ninguém sabe o que foi o Grande Cisma do Ocidente.
Fala-se do surgimento do Protestantismo, mas ninguém fala das Guerras Religiosas, nem da mais importante que foi a Guerra dos 30 anos!
A Restauração da Independência de Portugal é praticamente esquecida, assim como se fala muito pobremente da Expansão Portuguesa e da Formação do nosso Império.
Dá-se mais importância à formação dos Impérios Holandês e Inglês e Francês. Ninguém fala da Guerra dos 7 anos assim como a Independência dos Estados Unidos da América ficou por falar. Fala-se da Revolução Francesa, mas a Revolução Liberal Portuguesa só tem direito a meia dúzia de linhas. Contudo fala-se da Guerra Civil entre Liberais e Absolutistas, mas ninguém explica o que foi a Monarquia Constitucional Portuguesa em termos políticos, mas só se fala do Atraso Industrial em comparação às Outras potências Europeias. Ninguém fala dos Impérios coloniais no Oriente e a resposta Japonesa com a Era Meiji- esta que só tem direito a meia dúzia de linhas.
São praticamente também esquecidas as Independências da América Latina.

No 12.º ano, em História os alunos começam o seu programa com a Revolução Industrial, falam das crises cíclicas do Capitalismo, mas esquecem-se completamente da riqueza política que foram os acontecimentos que varreram a Europa e Portugal no século XIX. Fala-se do surgimento das Ideias Marxistas, o Socialismo no seu esplendor, mas ninguém sabe o que foi a Comuna de Paris de 1871.
Assim como ninguém fala da Guerra Franco-Prussiana, que foi a origem da I Guerra Mundial.
Em relação a Portugal nos princípios do século XX. Fala-se da queda da Monarquia deliberadamente. Uma autêntica propaganda ao Regime Republicano. Os reinados de Dom Luís e de Dom Carlos são completamente esquecidos em termos políticos e não só. Fala-se do avanço dos ideais republicanos. Fala-se do Regicídio. Mas o reinado de Dom Manuel II é completamente esquecido.
Surge a I Republica e a propaganda republicana aí está no seio auge.
Em termos internacionais fala-se da I Guerra Mundial, fala-se da Revolução Soviética. A Crise da década de 30 e a ascensão dos regimes Fascista e Nazi na Itália e na Alemanha. A II Guerra Mundial e, claro posteriormente a Guerra-fria. O milagre Japonês e a Descolonização.
Em relação a Portugal faz-se uma análise ao Estado Novo – II Republica, mas assim que se chega ao 25 de Abril, mais uma vez a propaganda deste regime actual é notória. Tudo o que foi da II Republica foi péssimo, nada deixou que se aproveitasse. Mas com a III Republica, naturalmente tudo muda de figura. Será que intenção é propagandear para manter o status quo? Talvez....
Fala-se da criação da CEE e União Europeia como as salvadoras da Pátria.

Mas depois de tudo isto. Sem um fio condutor e racional, como é que querem que os Estudante percebam de História? Como é que ficam admirados com a tamanha ignorância que notícias, falem de estudantes que digam que Salazar como "Rei de Portugal"? Como é que há falta de rigor pedagógico? Porquê que os alunos não têm História de Portugal no Secundário ou ainda no Ensino Básico? Compreende-se que seja importante também conhecer a História Mundial para percebermos a época em que vivemos, mas é inaceitável não haver uma disciplina de História de Portugal seja no Ensino Básico seja no Ensino Secundário. Podia haver História Universal no Ensino Básico e História de Portugal no Secundário ou vice-versa. ESCOLHAM!

Como é que podem achar graça a tamanha ignorância? Este país está a viver a Era dos "Morangos com Açúcar". A Ignorância é atroz. A despreocupação é assustadora. Dá-se mais importância aos movimentos de cultura urbana como o Hip Pop, origem muitas vezes de comportamentos completamente desajustados à sociedade, onde se sustêm ideais inconformistas e revoltantes - origem de comportamentos criminais, como assaltos a supermercados, centros comerciais, a casas das pessoas, em transportes públicos, já para não falar da poluição dos grafitis em tudo quanto é sítio, incluindo monumentos nacionais, património Histórico da Memória do Nosso Povo.

E assim vai Portugal. Num clima total de irresponsabilidade social. Falta de civismo. Falta de educação nas escolas, onde vemos professores a serem agredidos pelos próprios alunos. Falaram em liberdade há 33 anos, mas não ensinaram ainda às novas gerações o civismo e respeito pelo próximo. As pessoas não perceberam ainda, que a liberdade de um acaba quando começa a liberdade dos outros.

É preciso e urgente responsabilizar a sociedade. Ter um sistema penal eficaz que puna os alunos que desrespeitam os professores e que os responsabilizem por aquilo que é Seu Dever, enquanto aluno. Que é aprender e formar-se para a vida!

Voltando um pouco atrás, voltando ao dramático Ensino da História, é fundamental que se revejam os programas que se ensine a História de modo racional com um fio condutor que faça com que os alunos efectivamente percebam o que estão a estudar. E que nunca mais se oiçam asneiras como aquela do Salazar ter sido "rei de Portugal".

sábado, abril 21, 2007

Alguns conselhos básicos sobre televisão

Com base em Marshall McLuhan, Eric Voegelin e Alain de Benoist aqui ficam alguns conselhos básicos sobre televisão. Não são um lamento intelectual; são a constatação de regras de jogo
  • O meio é a mensagem
  • O espectáculo é a regra
  • É a televisão que olha para as pessoas (não ao inverso)
  • A publicidade tornou-se o paradigma das linguagens de comunicação
  • Excesso de informação é igual a falta de informação
  • As únicas boas notícias são os anúncios
  • Antes tínhamos a proibição de respostas, agora temos a proibição de perguntas

quinta-feira, abril 19, 2007

Reformas: como, quem e para quem?


Reforma do Estado
· Proposta de vínculos, carreiras e remunerações da Administração Pública

O Conselho de Ministros de 19 de Abril aprovou, para negociação e consultas, a proposta de Lei dos regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Cria-se, assim, um novo sistema de gestão dos recursos humanos, em estreita relação com a gestão global dos serviços públicos, subordinada aos objectivos, aos planos de actividades e aos orçamentos aprovados. Estabelecem-se duas modalidades de vinculação (nomeação e contrato de trabalho) e consagra-se a comissão de serviço. Simplifica-se o regime de carreiras, fundindo as carreiras gerais em três, e de remunerações, consagrando uma tabela única.

· Serviços da Função Pública passam a ser avaliados
O Governo aprovou para negociação e consultas, a proposta de Lei do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho da Administração Pública (Siadap), que, pela primeira vez, se aplica ao desempenho dos serviços, dos respectivos dirigentes e demais trabalhadores, concretizando uma concepção integrada dos sistemas de gestão e avaliação, permitindo alinhar, de uma forma coerente e harmoniosa, os desempenhos dos serviços e dos que neles trabalham. A proposta, aprovada em 19 de Abril, avaliação do desempenho dos serviços públicos, que agora se introduz, visa reforçar uma cultura de responsabilização. Os dirigentes dos vários níveis passam também a ser avaliados pelos resultados dos respectivos serviços.

segunda-feira, abril 16, 2007

Momento Grave!

"Jupiter prius dementat quos perdere vult". Era com este aceno de sabedoria contristada que os Antigos despachavam os poderosos que estavam à beira da queda. No nosso século mais tecnológico falamos de preferência do princípio da entropia, quando a energia dos sistemas não se consegue transformar em trabalho E começa a desordem! Começa a queda!

Algo de semelhante se está a passar em Portugal.

Surpreendentemente, para alguns!" Afinal, somos um país da União Europeia. Nem sequer dos pior classificados em muitos dos rankings que alavancam os Estados da OCDE. Funcionam as garantias do estado de direito e sobre as liberdades não há queixas apreciáveis. Os nossos juristas podem estar muito contentes com o sistema de códigos limpinhos que nos criaram e a indústria florescente de pareceres que alimentam. O sistema eleitoral funciona regularmente e o leque partidário apresenta uma regularidade quase sem paralelo na Europa. 3o anos de democracia sustentada pela "pachorra" dos portugueses em votar quase sempre nos mesmo partidos criaram uma estrutura de fazer inveja a outras classe políticas europeias, sempre em bolandas de mudar de partidos ou de pessoas. Nós não; temos inamovíveis como o major Valentim e a senhora de Felgueiras, liberalmente distribuídos à direita e à esquerda da baixa politica partidária do "centrão".

Somos de facto um país atlântico situado na Europa. E como outros países europeus, partilhamos poderes de governação com a Europa, permitindo que o orçamento seja pilotado de Bruxelas - o que nem é um mal - e que a política externa dependa dos faxes de Washington - o que nem sempre é um bem. Muitas das nossas decisões deixaram de ser soberanas porque o mundo não está virado para aí, para as soberanias puras. Isso não é problema. Fomos independentes 4 séculos antes de se reinventar a palavra soberania. O problema é se sabemos utilizar a independência que nos resta

Isso exige ter a cabeça livre e limpa para tomar decisões esclarecidas e cada vez mais urgentes sobre o nosso futuro imediato. E aí vemos uma crescente entropia, uma crescente loucura e desordem dos políticos republicanos - chamemos-lhe com o nome do regime que temos - acompanhada de uma crescente incapacidade de decidir por nós, de encomendar as soluções aos nossos técnicos e sabedores, de estimular o capitalismo popular baixando impostos para que nasçam empresários nossos a sério e não dependentes de subsídios, de apoiar o enprego dos jovens em vez de os seduzir com a pasmaceira ou de os atirar para a emigração. Temos de aproveitar a sério a independência que ainda temos, e uma das últimas oportunidades que temos é ordenar o país, tornar viável uma série de cidades região que se estendem pelo norte até à Galiza e pelo leste até Castela e que pelo mar e pelo mar facilmente poderiam ser um ponto de encontro com o resto do globo.

Mas em vez de agarrarmos com as duas mãos essa margem de independência que nos resta e de arrumarmos a casa, deixamos a loucura crescer. Veja-se os projectos literalmente farónicos da Ota e TGV; já se calculou que a remoção da terras na Ota equivaleria a 6 pirâmides de Gizé. A classe política que nos governa - digamos republicana pois que assim se auto identifica o regime - deixou de ter amarras nos sabedores e nos técnicos. O episódio ainda sem desfecho da "espécie de engenheiro" que é primeiro ministro é um epifenómeno disto mesmo. Do modo como a classe politica se desamarrou da classe dirigente: de como a classe dirigente deixou de dirigir seja o que for e de acreditar noutros compromissos excepto os seus proprios interesses; de como o que resta de bom senso, de dedicação e de coragem se vê afastado, querendo ou não querendo, das decisões nacionais. De tudo isto resulta que estamos num momento grave em que os poderosos fazem actos estúpidos e dizem coisas estúpidas, como se estivessem loucos. Porque os deuses os querem perder. Mas somos nós, portugueses, que nos temos que salvar a nós próprios!

Mendo Castro Henriques

domingo, abril 15, 2007

Gonçalo Salvado - Poesia




Gonçalo Salvado é licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Lisboa, e tem vindo a afirmar-se como herdeiro assumido da expressão lírica de Júlio, na sua poesia e no desenho que desde muito cedo pratica, revelando-se como pintor nesta sua primeira exposição, justamente de homenagem ao universo amoroso de um dos grandes expoentes da Arte do Século XX em Portugal.
Gonçalo Salvado foi sempre um poeta exclusivo do amor. Publicou três livros de poesia: Quando, Editora Amar Arte, Coimbra em 1996, com desenhos de Ribeiro Farinha e um prefácio de Peter Stilwell, em 2001 Embriaguez na Editora Sirgo, Castelo Branco e em 2002 Iridescências com ilustrações de Ambrósio Ferreira, na mesma editora. Poemas deste livro foram integrados em 2003 num álbum com serigrafias do artista espanhol Xavier (sobrinho neto de Picasso), numa edição do Centro Português de Serigrafia (Lisboa), prefaciada por Maria João Fernandes que o situa "na linha do poeta-pintor Júlio Saúl Dias" e "de um lirismo depurado e luminoso". A seu respeito pronunciou-se Pedro Mexia: "(...) Gonçalo Salvado insere-se na tradição mais rica da poesia portuguesa que é também a mais exigente: a tradição do lirismo amoroso (...), numa fecunda linha de erotismo casto que tem o seu expoente máximo no Cântico dos Cânticos ". Publicou ainda a antologia: Camões Amor Somente, uma edição da Caja Duero, Salamanca, Lisboa, 1999, com prefácios de José Miguel Santolaya Silva e de Mendo Castro Henriques e desenhos de Ambrósio Ferreira. Em 2004 organizou com Maria João Fernandes, responsável pela escolha dos pintores que a ilustram, a antologia: Cerejas - Poemas de Amor de Autores Portugueses Contemporâneos. A antologia inclui diversos desenhos seus.


terça-feira, abril 10, 2007

Genocídio. Sudão. Hoje.


Mesmo depois do Ruanda e da Jugoslávia, a Humanidade segue com a sua vida, impávida e serena, alheia aos mais de 200 mil mortos e aos mais de 2 milhões de desalojados na região de Darfur, no Sudão.

Já no Ruanda, em meados dos anos noventa, uma pequena força da ONU no terreno lutava para ganhar o apoio do Conselho de Segurança e da comunidade internacional para reforçar o seu contingente e tentar evitar o genocídio em grande escala que estava a presenciar. O general canadiano que comandava a missão falava da impossibilidade de estar num local onde corpos mutilados enchiam as ruas e nada poder fazer para impedir estes actos. A força da ONU foi no final reforçada, mas já bastante depois das atrocidades terem sido cometidas.

A mesma escala de violência (se é que a violência pode ser contabilizada) passa-se agora em Darfur, onde milhares são mortos, violados, torturados sem qualquer movimentação por parte dos media internacionais e dos agentes políticos cujo dever é defender a Causa da Humanidade e que estão vinculados, por acordos internacionais, a prevenir o genocídio, seja onde for que este aconteça.

O United States Holocaust Memorial Museum e o Google Earth aliaram esforços para tentar mostrar a extensão do problema. Ligue o Google Earth, e dirija-se à África Central, aí verá de imediato toda uma zona (ver imagem acima) que disponibiliza imagens, videos e informação sobre o que ali se passa.

Esperemos que com os mais de 200 milhões de utilizadores do Google Earth, este problema, que é nosso por que é da Humanidade, esteja presente nas acções e pensamentos daqueles que na realidade podem ajudar.

segunda-feira, abril 09, 2007

Civilização



A civilização é um permanente diálogo entre os seres humanos e a água.
Paolo Lugari

FP7

















FP7 é a sigla que designa o Sétimo Programa-Quadro para a Investigação e Desenvolvimento Tecnológico. É este o principal instrumento da UE para financiar a investigação na Europa, e estará em vigor de 2007 a 2013.

O orçamento da CE para os próximos sete anos é de 50.5 mil milhões EUR e o orçamento do Euratom para os próximos cinco anos é de 2.7 mil milhões EUR1. Globalmente, isto representa um aumento de 41% em relação ao FP6, a preços de 2004, e 63% a preços actuais.

O FP7 foi também concebido para dar resposta às necessidades de emprego europeias e à sua competitividade. O FP7 apoia a investigação em áreas prioritárias seleccionadas. O seu objectivo é tornar ou manter a UE na posição de líder mundial nesses sectores.

Vale a pena ler este documento e compará-lo com o modo como a actual maioria parlamentar pretende aplicá-lo em Portugal. Link (1,5 Mb)

domingo, abril 08, 2007

CONVERSA ENTRE GAIVOTAS


Não costumo ouvir conversas alheias, mas aconteceu há dias, involuntariamente, cruzar-me numa doca de Lisboa com três gaivotas quezilentas que discutiam os predicados humanos de uns estranhíssimos habitantes de um País de Marinheiros sem marinha que se veja.
Dizia uma que apesar de os TEMAS DO MAR terem entrado na gíria do POLITICAMENTE CORRECTO, nada fazem de concreto para alterar indícios de decadência acentuada.
Acrescentava outra que era tudo conversa, e de facto ninguém queria saber de nada acerca do MAR. Que quase não tinham navios de comércio e pesca, apesar de mais de 70 por cento do comércio respectivo continuar a utilizar a via marítima e de serem dos maiores consumidores de peixe do mundo. Nem sabiam deitar contas à vida, pois só assim seria possível entender tal situação: ninguém falava dos custos sociais e económicos desse divórcio marítimo, de quanto dinheiro gastavam para pagar fretes ao estrangeiro, das oportunidades perdidas por falta de participação no comércio marítimo mundial, e que isto e aquilo.
Foi então que a mais sábia rematou a conversa: comadre, não vê que os tipos são tudo menos marinheiros? Olhe para este estuário fantástico e diga onde estão os desportistas náuticos; há dias pousei numa estátua no centro de uma praça, por baixo do Parque Eduardo VII e um tal Marquês resmungava "isto há gente para tudo, até para ir para o MAR"; isso devia ser no tempo em que o tal Marquês não era de bronze, porque actualmente já nem há gente para ir para o MAR, até falam em fechar as escolas de Marinheiros...
Foi então que as gaivotas antipáticas repararam em mim e deram às asas. Bichos de má fé, não é que se referiam a nós, Portugueses???
Que visão injusta...
Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check my blog OS NAVIOS E O MAR. You are most welcome at any time - Luís Miguel Correia

sábado, abril 07, 2007

BOA PÁSCOA A TODOS!!!


A toda a equipa do Blogue de Causas e a todos os nossos Leitores e comentadores, uma Santa Páscoa e muita Felicidade!


Saudações Monárquicas,

David Garcia

DOLOROSA VIA MARÍTIMA


Em véspera de Páscoa pareceu-me apropriado publicar estas imagens e texto alusivos à Via Dolorosa da Marinha Mercante Portuguesa, com o sentido de preparar os nossos Homens do Mar para uma futura Ressurreição do sector.
Ressurreição inevitável num País de Marinheiros.
Apesar das certezas acerca dessa ressurreição futura, o meu espírito de nauta esperançado debate-se com uma dúvida: será que antes desse ressurgimento marítimo ainda vamos assistir ao regresso de Dom Sebastião?
Imagens obtidas no Cais do Poço do Bispo a 7-04-2007 mostrando o antigo paquete português PONTA DELGADA afundado.
Um inimigo declarado das tradições marítimas portuguesas e dos nossos Homens do Mar tem-se divertido a encher de lixo a chaminé do infeliz navio, construído em Lisboa em 1961 para a Empresa Insulana e afundado em Junho de 2000 após anos de abandono negligente numa teia de arrestos e prática de justiça relacionada com a falência da empresa armadora, a COMTRAMAR.
Text and images copyright L.M.Correia. For other posts and images, check our SHIPS & THE SEA BLOG. You are most welcome at any time - Luís Miguel Correia

quarta-feira, abril 04, 2007

Portugal vale a pena!


Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia. Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores. Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros). Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas. Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagensdas auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que “bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive – Portugal. Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d’Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casasmãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).
É este o País em que também vivemos. É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia. Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos – e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito. Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?
Nicolau Santos, Director – adjunto do Jornal Expresso
na Revista Exportar

segunda-feira, abril 02, 2007

Opções para as Regiões - Uma a Uma


PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA
DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
RELATÓRIO - Dezembro 2006
REGIÕES: CONTEXTO E OPÇÕES ESTRATÉGICAS

Opções para as Regiões - Uma a uma
Minho-Lima – Opções para o Desenvolvimento do Território

Reforçar o papel de Viana do Castelo, e consolidar os sistemas urbanos polinucleares do Vale do Minho até Valença e do Vale do Lima até Ponte de Lima/Ponte da Barca;
Explorar o novo quadro de acessibilidades de Viana do Castelo e valorizar a sua dimensão marítima nas componentes portuária (comercial e de recreio), da indústria naval, da pesca e da aquicultura;
A ssumir o carácter estratégico da cooperação transfronteiriça, dando-lhe tradução no modelo de organização do território, incluindo a integração do Caminho de Santiago português, e nas redes de infra-estruturas e equipamentos;
Criar, num quadro de cooperação transfronteiriça, uma rede de espaços de qualidade de aglomeração de parques empresariais e tecnológicos que se insiram nos clusters do Norte litoral e da Galiza;
Preservar as condições naturais de produção e a viabilidade das explorações de produtos agro-pecuários competitivos e do sistema agro-silvo-florestal de montanha;
Superar os défices ambientais, com prioridade para as situações mais graves em termos de qualidade de vida e de diminuição das potencialidades de valorização turística dos territórios;
Promover a consolidação e estabilização das actividades e usos nas áreas de montanha e a sua valorização ambiental e turística, com destaque para o PNPG – Parque Nacional da Peneda-Gerês;
Desenvolver acções que explorem a localização privilegiada no eixo Porto -Vigo - La Coruña, em particular de reforço da capacidade de atracção de novas funções para os centros urbanos de fronteira.

Governo recua na Ota?

O secretário de Estado das Obras Públicas admite repensar a localização do novo aeroporto de Lisboa, caso se confirme a existência de estudos que denunciem a existência de melhores opções.A hipótese foi admitida à Renascença por Paulo Campos, depois de o presidente da CIP ter revelado a existência de estudos preliminares que apontam para a existência de opções menos dispendiosas na margem sul do Tejo.
O secretário de Estado diz que o Governo “não é autista” e admite estudar outras opções, mas começa por questionar a credibilidade desses estudos.O líder do PSD, Marques Mendes, fica a aguardar pela posição do Primeiro-ministro e diz que, se Sócrates suspender o projecto e solicitar mais estudos e analisar alternativas, isso será um "recúo positivo"."Se o Primeiro-ministro der ordens no sentido de mandar fazer novos estudos relativamente a outras soluções e a outras alternativas, como toda a gente recomenta, acho que faz um recúo muito positivo", sublinha.
José Manuel Viegas, professor do Técnico, é o autor do estudo preliminar que aponta para uma solução bem mais barata do que a Ota, na margem Sul do Tejo.Esta manhã, numa conferência promovida pelo PSD, José Manuel Viegas garantiu que apresentou o resultado do seu trabalho preliminar ao ministro das Obras Públicas, há mais de um ano, a defender a opção da construção do novo aeroporto na zona de Rio Frio.
Da Radio Renascença