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quarta-feira, abril 09, 2008

Evocar o 9 de Abril, pelo Prof. Fernando Carvalho-Rodrigues




NEM UM JORNAL, NEM ALGUM TELEJORNAL OS LEMBRA POR ORDEM DO ESTADO
PORTUGUES QUE É HOJE UM PROTECTORADO;
PARA QUE NÃO SEJA O ESTADO PORTUGUES QUE SE COMPORTA COMO UM
PROTECTORADO A MATÁ-LOS,
PARA QUE NÃO SEJA O NOSSO ESQUECIMENTO DE NACAO A FAZE-LOS MORRER
PARA QUE TENHA SIDO SÓ O INIMIGO A FAZÊ-LOS CAIR
AQUI VAO RECORDACÕES DE FEVEREIRO DESTE ANO
DE ONDE ESTAO, NO CEMITÉRIO PORTUGUES, EM FRANÇA
NãO MUITO LONGE DESTE QUARTEL GENERAL
OS QUE VIERAM DAS BEIRA ALTA E BAIXA E AQUI FIZERAM A PÁTRIA ETERNA.

Fernando Carvalho-Rodrigues

terça-feira, maio 29, 2007

Maçonaria, república e poder governativo, por D. Antóno Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro,

António Reis, Grão Mestre do auto designado Grande Oriente Lusitano
Vivemos em regime democrático. Há quem se diga democrata e a quem a democracia incomode. Assim se cai na tentação da promiscuidade, que envenena o ambiente e o espaço que é de todos. Se, no regime em que vivemos, se devem respeitar as opções, ninguém está impedido de falar livremente, sem medo, perante o que se vai vendo, conhecendo, e que pretende influenciar a comunidade de que todos fazemos parte.
A democracia não é um fim, nem pode servir de meio para que o poder, qualquer que ele seja, se aproveite dos postos de comando para empobrecer e dominar um povo livre.
A maçonaria viveu em Portugal, desde que chegou em princípios do século XVIII, horas difíceis. Foram perseguições de fora e divisões de dentro. Tempo seguido com contradições e projectos, uns conseguidos, outros frustrados. O apoio que então deu à “Carbonária”, motor organizado da queda da Monarquia, e a identificação conseguida, com a jovem República, inspirando ou fazendo seus os ditos “valores republicanos”, deram-lhe impulso para dominar. Isto permitiu-lhe conduzir o processo do início do novo sistema, minando os órgãos fundamentais da soberania, desde a Presidência da República ao Parlamento, destruindo o que não dominava e conquistando uma presença efectiva, bem marcada e visível, nos mais diversos lugares de influência do Estado. Teve, depois, de entrar de novo em meia clandestinidade. Este facto, porém, não a impediu de fazer acordos secretos com o poder, para que, dada a sua influência, o mesmo se pudesse manter, mesmo quando publicamente perseguia a Loja. E foi assim, como se sabe e se diz, até nos tempos de Salazar, que, olhando para o lado, cedeu na orientação de serviços públicos conhecidos e cobiçados, dada a influência destes no povo.
A aceitação oficial da Loja deu-se com o 25 de Abril, por razões óbvias, depressa explicadas por motivo de quem ia aparecendo na ribalta política dominante. O novo poder fez-lhe a entrega de bens antes expropriados e pagou-lhe indemnizações. Às claras, recomeçou-se, então, a falar da maçonaria e a dizer da campanha persistente que ela fazia nos corredores da Assembleia da República, junto de gente nova ansiosa por benesses no presente e sonhando com as boas promessas de futuro. Abriram-se portas, antes e sempre fechadas, publicaram-se nomes de alguns aderentes, não todos, com influência nos diversos quadrantes da sociedade portuguesa; manteve-se, porém, o sigilo dos ritos de iniciação e de outros ritos importantes. Aliviou-se algum secretismo, mas a Loja continuou a ser uma associação fechada, sem a abertura normal, propiciada por regime democrático. Esta situação deu direito a desconfiar do que se passa e programa.
O sol da primavera é propício para trazer à luz o que as tocas escondem em invernos prolongados. Porque o ambiente político se tornou propício e a ocasião convidativa, a maçonaria começou a apresentar os seus projectos para o país. A nós o dever e o direito de apreciar, dizer e alertar sobre o que se projecta, porque a todos nos diz respeito.
A maçonaria portuguesa aparece, de novo, com algum espírito de “carbonária”, eivada de um acirrado laicismo, tendo no horizonte os “valores republicanos”, lidos unilateralmente, e empenhando-se por introduzi-los como inspiradores das leis que devem reger o povo. Esquece-se que o poder democrático não se pode exercer à revelia dos valores que um povo concreto e sensato sempre teve, quer ter e defende, para salvaguarda da sua identidade, dignidade e futuro em liberdade. Impor é matar e destruir.
Há que fechar a Igreja na sacristia, ignorar os valores cristãos, fazer tábua rasa de uma cultura milenária, negar a história pátria e secar as suas raízes vitais, mudar o sentido das instituições que dão consistência à sociedade, fechar o homem, por via da educação nas escolas e meios de comunicação social, à dimensão do transcendente. Será este o programa “político” actualizado do Partido Socialista, agora publicamente de mãos dadas com a maçonaria? Se a perspectiva é de um laicismo redutor, o que restará da democracia? Um povo decapitado. E que será o Partido Socialista? Uma galeria vistosa, com muita gente alienada e encostada. E a maçonaria? A estratégia táctica de servir e de se servir de um poder sem ideologia.
Mas as prioridades num país que empobrece têm de ser outras, se quisermos sobreviver.
* Bispo Emérito de Aveiro
(Correio do Vouga, 24 de Maio de 2007)

segunda-feira, maio 21, 2007

Público: Chamas consomem veleiro britânico "Cutty Sark"


«O veleiro britânico "Cutty Sark", um dos mais famosos do mundo e que esteve em mãos portuguesas ao longo de 28 anos, foi hoje consumido pelas chamas na doca de Greenwich, em Londres, onde permanecia há mais de 50 anos.

Os bombeiros conseguiram controlar o incêndio a tempo de as chamas não chegarem às garrafas de gás que estavam no interior do veleiro.

"Há danos materiais substanciais, mas não há registo de vítimas", disse à Reuters o responsável pela corporação de bombeiros de Londres.

Richard Doughty, responsável pelo Cutty Sark Trust, acerdita que o incêndio foi iniciado deliberadamente. "Tudo o que posso dizer é que a investigação parte do princípio de que foi fogo posto. É inacreditável. Estamos a perder História", lamentou.

O navio, lançado ao mar em 1869 para fazer a rota do chá da China, tornou-se no último meio século numa mera atracção turística e estava a ser restaurado.

Em 1895, foi vendido à empresa portuguesa Joaquim Antunes Ferreira & Cª e passou a ostentar o nome "Ferreira". Durante 28 anos permaneceu em mãos portuguesas, até 1923, ano em que foi vendido ao capitão inglês Wilfred Dowman, já com o nome "Maria do Amparo".»

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1294577

terça-feira, março 27, 2007

sexta-feira, março 23, 2007

D. Afonso Henriques, o Vencedor!!!


Sondagem aponta D. Afonso Henriques como o melhor

Marktest antecipa-se aos resultados do concurso da RTP


O rei D. Afonso Henriques foi considerado pelos portugueses com 18 ou mais anos o «melhor português de sempre» entre os finalistas do programa da RTP1 «Os Grandes Portugueses», segundo um estudo da Marktest, informa a agência Lusa.

O estudo surge dois dias antes da final da votação. Mais de um quinto (22,7 por cento) dos participantes do estudo da Marktest, realizado através de entrevista telefónica, elegeu o fundador da nação como «o melhor português de sempre». O primeiro rei de Portugal obteve a maior quantidade de votos entre os entrevistados com idades entre os 18 e os 24 anos e residentes no Grande Porto.

Os restantes lugares do pódio foram atribuídos a dois poetas: Camões (segunda posição) e Fernando Pessoa (terceira posição). O autor da obra «Os Lusíadas» reuniu 17,2 por cento das preferências, enquanto que o poeta da «Mensagem» conquistou 11,3 por cento das respostas. Camões registou os melhores valores entre a população com idades entre os 35 e os 54 anos, tendo Pessoa mais «seguidores» entre os entrevistados na faixa etária dos 18 aos 24 anos.

António Oliveira Salazar, que tem sido dado como provável vencedor do concurso da RTP, surge na quarta posição com uma quota de 11 por cento. Foram os entrevistados mais velhos (65 e mais anos) que mais escolheram Oliveira Salazar, representando 20,2 por cento dos votos obtidos por esta personalidade.

Ainda neste estudo, a quinta posição foi conquistada por outro político, Marquês de Pombal, o eleito por 10 por cento do painel. Em sexto lugar surge o diplomata Aristides de Sousa Mendes, com 8 por cento das repostas, seguido por Vasco da Gama, que conseguiu a sétima posição com 7,5 por cento dos votos. Álvaro Cunhal reuniu 5,2 por cento dos votos, ocupando a oitava posição.

As últimas posições apontadas pelos entrevistados para o estudo da Marktest foram atribuídas ao Infante D. Henrique (com uma quota de 4,3 por cento) e ao monarca D. João II (2,7 por cento das respostas).

A sondagem da Marktest foi realizada entre os dia 19 e 21 de Março, com uma amostra de 807 entrevistas telefónicas a indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal Continental. Dos 807 entrevistados, 697 escolheram uma das 10 figuras públicas sugeridas pelo questionário da empresa de audimetria, enquanto que 41 pessoas consideraram que nenhuma destas personagens era o melhor português de sempre e 69 não souberam responder a esta questão.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Contra o Império!



Completam-se em 2007, 200 anos sobre o início das Invasões Napoleónicas e completam-se em 2015 a assinatura do Tratado de Viena que põe termo às Guerras Napoleónicas em que Portugal esteve empenhado. Sendo este episódio um dos mais importantes, senão mesmo o mais importante, da História de Europa do séc. XIX, não podemos, nem devemos deixar passar em branco a efeméride, trazendo para o presente o significado que conteve de passagem e ao mundo aquilo que nós fomos e o que fizemos nesse período . Mas mais ainda. Trata-se de uma forma de dar a conhecer o contributo dos portugueses para a consolidação dessa nova Europa: a Europa das Nações.
Portugal desempenhou um papel importantíssimo em todos estes acontecimentos. Por isso e porque as Invasões marcaram de forma traumática a entrada portuguesa no mundo contemporâneo, impõe-se tomar uma posição que dê a conhecer com grande impacto e realismo, a nível interno, e internacional, a real contribuição e sacrifícios do nosso país na vitória final. Acaba por ser, no fundo, uma maneira de mostrar aos portugueses a passagem de uma Europa dividida pelas pretensões imperiais para uma União Europeia.
veja o Blog Guerra Peninsular

domingo, fevereiro 11, 2007

Vote Afonso Henriques



Salazar ou Cunhal ? Não temos que estar submetidos à ditadura da maioria no concurso Grandes Portugueses. Ainda se vai a tempo de votar no que foi o primeiro cronologicamente e sem os quais os outros não seriam possíveis.

Como ilustração aqui fica o convite para se deliciarem com Pedro Massano e a sua trilogia CONQUISTA DE LISBOA onde foi muito além da ilustração da Crónica da tomada da cidade que o padre normando e cruzado R[aul] mandou a Osb[erno] de Baldr[eseia] (Bawssey). Pedro Massano criou um fresco com as grandes personagens europeias e portuguesas que “inventaram” Lisboa. Desde S. Bernardo de Claraval que com a pregação da 2ª cruzada, em 1146 na basílica de Vézelay, envia um exército para defesa dos territórios francos na Palestina atacados pelos turcos seljúcidas, uma parte das forças de cruzados, que do Nordeste da Europa se dirigiam por mar para o Médio Oriente, forma ajudar o seu primo distante de Portugal, D. Afonso Henriques, a combater os infiéis. Cruzados Normandos, os bastardos D. Pedro e D. Fuas Roupinho, os bispos Pedro e João e os Templários, Mouros e Judeus que confluíram para o cerco de 4 meses com 5.000 portugueses e 12.000 cruzados até ao dia 25 de Outubro de 1147.

Segundo uma investigadora dos Paineis de S. Vicente, os dois "gémeos" dos Painéis são São Crispim e São Crispiniano ( do 25 de Outubro) que têm uma capela lá para os lados da Graça.

sábado, fevereiro 03, 2007

www.regicidio.org

O Centenário do Regicídio tem já website, com inauguração prevista para 2 de Abril. O site irá servir de Ponto de Encontro e Centro de Informação para todos quantos desejam associar-se às homenagens do dia 1 de Fevereiro de 2008.
O site irá publicar actualizações com regularidade, relevantes para o público em geral, mas também para todas as Reais Associações do País.
O Link: www.regicidio.org
Guardem o site nos vossos Favoritos e divulguem-no. Os preparativos para o Centenário começam agora, com um ano the antecedência!

O website deve-se a Luís Guerreiro! PArabéns Luís

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

RTP prepara «O Dia do Regicídio»


Série televisiva sobre os assassínios do rei D. Carlos e do seu filho

A RTP está a preparar uma série televisiva intitulada «O Dia do Regicídio», sobre os acontecimentos históricos que culminaram nos assassínios do rei D. Carlos e do seu filho D. Luís Filipe, em 1908.

A série de seis episódios de 50 minutos é uma co-produção da RTP e da David& Golias e surge no seguimento de uma outra série histórica exibida pela RTP, «Bocage».

Como noticia o site da RTP, o argumento está a ser escrito por Filipe Homem Fonseca e Mário Botequilha e a rodagem deverá começar em Setembro, com a difusão da série prevista a partir de Fevereiro de 2008, assinalando o centenário do regicídio.

Grandes Frases sobre o Regicídio

“Como chave do sistema… o rei… é .. responsável.”
O rei e o anarquista, panfleto de 1906 trad. de António Rebordão

«Entre monárquicos e republicanos, em Portugal, não há diferença de crenças. O que há é diferença de posições.
Em 1906, João Chagas, um panfletário republicano, escrevia:

«Isto termina, fatalmente, por um crime ou por uma revolução»
Júlio de Vilhena, Conselho de Estado de 24 de Agosto de 1907, sobre o governo de João Franco, perante D. Carlos

“Que país é esse que quando matam um rei e um príncipe, a primeira medida que se toma é demitir o Ministério ?”
5 de Fevereiro de 1908 –Eduardo VII ao Marquês de Soveral

“Possa o fácil sacrifício da minha vida servir para a descoberta dos verdadeiros assassinos do rei e do Príncipe Real”
Bernardo Pinheiro, Conde de Arnoso, Câmara de Deputados, sessão de 5 de Junho de 1908

«O Ministério Amaral caiu (25 de Dezembro de 1908) porque, dispondo de todos os elementos, não quis prender os assassinos.»
Raul Brandão, Memórias (vol. l, p. 213), faz esta gravíssima acusação

«Depois de ele lá estar, não se passarão seis meses que não esteja feita a Republica»
(Afirmação dos republicanos sobre o valente transmontano (como era conhecido Teixeira de Sousa), in António Cabral, Os Culpados da Queda da Monarquia, p. 189)

“ Se isto se sabe, é a revolução”
Teixeira de Sousa, Presidente do Conselho, ao Juiz de Instrução Almeida Azevedo, depois de tomar posse em 26 de Junho de 1910.

“Os dissidentes, que para a generalidade do país são os principais responsáveis da tragédia do 1 de Fevereiro de 1908, e que, se não destruíram a monarquia, foi porque não puderam...”
(Documentos Políticos, pp. 83/84) José Luciano de Castro. 27 de Julho de 1909.

“A carabina do Buíça; mas quantos Buíças, santo Deus, não andam por aí à solta?”
Abílio Magro, Barcelos, 10 de Julho de 1910

“Só há duas pessoas em Portugal que sabem tudo, eu e outra.”
José de Alpoim, Memórias de Raul Brandão

“Isto não tem importância nenhuma”
Teixeira de Sousa, 3 de Outubro de 1910. Na antevéspera da implantação da Republica depois de o juiz de instrução criminal António Emílio de Almeida Azevedo o prevenir de que a revolução seria feita nessa noite, mostrando-1he um mapa da disposição dos revolucionários republicanos. (António Cabral, Os Culpados da Queda da Monarquia Idem, pp. 195 e 196).

“Eles já comeram muito; agora é a nossa vez”
José Barbosa para Israel Anahory, Câmara Municipal de Lisboa, 5 de Outubro de 1910

“Ao cabo de longos e porfiados esforços, os monárquicos acabam de implantar a República em Portugal”
Eduardo Schwalbach, 6 de Outubro de 1910 Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro

“Em plena rua, numa chacina que visava exterminar toda a família, D, Carlos pagou com a vida os crimes do seu povo”
Fialho de Almeida, Saibam quantos, Lisboa : Clássica de A.M. Teixeira, 1912 pp 112 e 113 .

quarta-feira, janeiro 31, 2007

99 anos após o Regicídio!!!




Palavras para quê? O sentimento de tristeza me invade a cada 1 de Fevereiro. E mais uma vez, enquanto Líder de uma comunidade cibernáutica de Monárquicos, reprovo totalmente actos contra a vida humana. Neste caso, contra um Rei brilhante a todos os níveis e claro um Príncipe que teria dado, sem sombra para dúvidas, um excelente Rei, como seu pai foi.

Como se dizia no passado e para obviamente os Monárquicos de hoje, ainda tem muita força:

O REI MORREU!
VIVA O REI!

Que Deus guarde as almas d´El-Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luís Filipe.

É assim!


Não sei porque fazem tanta confusão sobre as origens da bandeira da República. Basta pensar na bandeira italiana, verde, vermelha da Carbonaria ( não confundir com a pizza) a ladear o branco tradicional dos estados papais. Também a Portuguesa veio directamente dos Centros Carbonários como a ilustração mostra

terça-feira, janeiro 30, 2007

1º Conde de Arnoso - o "Conde da lápide"




Bernardo Pinheiro Correia de Melo, que nasceu em Guimarães a 27 de Maio de 1855 e morreu no solar de Pindela (Concelho de Vila Nova de Famalicão) a 21 de Maio de 1911, filho secundogénito do segundo casamento do 1º Visconde de Pindela.
Fidalgo da Casa Real, fez o curso liceal com distinção e seguiu a carreira militar como oficial de Engenharia, onde atingiu o posto de General.
Foi oficial às ordens do Rei D. Luís e, depois, secretário particular de D. Carlos, de quem foi amigo dedicadíssimo. Homem de finíssimo trato, tendo aprendido o culto das belas-artes no convívio paterno, dedicou alguns dos seus ócios à literatura, tendo publicado vários trabalhos. Era amigo de Eça de Queirós.
A sua intimidade com D. Carlos ajudou que as suas tendências para as manifestações do espírito se desenvolvessem, e amigo fidelíssimo do Rei, foi o seu companheiro dedicado durante todo o reinado.
Acompanhou D. Carlos nas suas viagens a Inglaterra, em Janeiro de 1901, quando dos funerais da Rainha Vitória, e na visita à Madeira e Açores. Fez parte da comitiva do Príncipe D. Luís Filipe nas festas da coroação de Eduardo VII.
Sofreu rudíssimo golpe ao ver o monarca assassinado com seu filho, o Príncipe Herdeiro. Tendo assento na Câmara dos Pares, a sua voz ergueu-se insistentemente pedindo que não se detivessem as investigações acerca do regicídio. Parecia um eco aquela dedicação que os jornais republicanos fustigavam, sobretudo depois do deu requerimento para ser colocado um padrão na arcada do Terreiro do Paço, fronteiro ao local do regicídio. Alcunharam-no de “Conde da Lápide”. O seu sofrimento era visível a todos os olhares; cortara relações com toda a gente que de perto ou de longe, tivesse combatido o Rei. Não sossegava e, não podendo vingar a morte do que fora o seu grande amigo, caiu no máximo desespero, que não o largou até à morte. O seu nome ficou na sociedade portuguesa como um exemplo de carácter, de fidelidade, de reconhecimento e de afecto.

***
Em 2006, por iniciativa da Real Associação de Lisboa, em memória do Senhor Conde de Arnoso, foi inaugurada no 1º de Fevereiro, passados 98 anos do Regicídio, a tão desejada lápide para lembrar aos Portugueses que naquele local, morreram um Grande Rei e um Promissor Príncipe Herdeiro. O facto, deve-se à insistência e ao trabalho dedicado da Comissão presidida pelo Dr. Ricardo de Abranches, que após autorização da Câmara Municipal de Lisboa, meteu mãos à obra e nesse fim de tarde do dia 1 de Fevereiro, foi finalmente inaugurada a tão desejada lápide. O Dr. Ricardo Abranches referiu na altura da inauguração da lápide, a memória do Conde de Arnoso, e referiu como um “grande Português, patriota e fiel a Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Carlos I de Portugal”.

sábado, janeiro 27, 2007

D. Afonso Henriques: O Primeiro Grande Português


Homem de inúmeras qualidades, como Ser Humano e como Estadista, D. Afonso Henriques tem uma grandeza peculiar e inigualável, que não pode sair da equação quando se fala de Grandes Portugueses: foi ele que, entre outros aspectos, pelos seus feitos e conquistas (tanto territoriais como diplomáticas) deu "o primeiro passo" que permitiu que hoje possa, entre outras coisas, haver um debate sobre Grandes Portugueses.

O Rei que ficou conhecido com o cognome de "Conquistador" teria sido melhor lembrado, como refere o Prof. Freitas do Amaral na biografia que lhe dedicou, como "Fundador". É esta a qualidade, tanto inultrapassável como incomensurável que D. Afonso Henriques acarreta e que merece o nosso reconhecimento completo: ele é o Pai de Portugal, que sacrificou toda uma vida por um Projecto em que acreditava e que possibilitou que hoje possamos ser Portugueses.

Freitas do Amaral, que infelizmente não pode fazer a defesa do nosso Rei fundador no programa "Os Grandes Portugueses", já a tinha feito em formato de livro, na sua biografia "D. Afonso Henriques" (Bertrand). A sua leitura é recomendada e poder-se-á aqui apreciar mais detalhadamente a vida deste Grande Português - o Maior por ter tido a coragem de iniciar a viagem que foi e é Portugal.

terça-feira, janeiro 16, 2007

José Eduardo Franco no 2º Encontro Debate do Blog das Causas


Teve ontem lugar em Lisboa o 2º Encontro do Blog de Causas. Nesta edição tivemos o previlégio de ter como orador o Prof. Doutor José Eduardo Franco, com uma intervenção dedicada ao tema "Os Mitos Fundadores de Portugal". José Eduardo Franco é autor de uma longa lista de publicações, sendo a mais recente "O Mito dos Jesuitas - Vol. I". Aqui fica um brevíssimo resumo daquilo que foi a sua intervenção.

Foi abordado como tema central a vida do Pe. Fernando Oliveira (ou Fernão de Oliveira), um dominicano que viveu no séc. XVI e da sua visão daquilo que foi a fundação de Portugal. Fernando Oliveira destacou-se como grande Homem do Renascimento, um humanista, sendo ele autor de variadíssimas obras cobrindo temáticas diversas como a Náutica (Ars Nautica), a Gramática (Grammatica da Lingoagem Portuguesa) ou a História (História de Portugal e Livro da Antiguidade, Nobreza, Liberdade e Imunidade do Reino de Portugal). No penúltimo caso, trata-se mesmo da primeira "História de Portugal" de que há registo, afastando-se das Crónicas, e tentando relatar os eventos históricos que imprimiram a Portugal a sua Identidade, desde tempos bíblicos até aos seus dias.

A "História de Portugal" (documento que José Eduardo Franco consultou na Biblioteca Nacional de Paris) surge imediatamente após o desastre de Alcácer Quibir, exprimindo e exaltando aquilo que eram as raisons d'être de Portugal, sendo assim uma tentativa de justificar o direito de Portugal a existir como Pátria independente. Segundo Oliveira, terá sido Tubal, neto de Noé, que teria sido enviado para o Ocidente, aportando na "ocidental praia" a que hoje se dá o nome de "Setúbal". Dado que, de acordo com o Antigo Testamento, teria sido no monte Ararat, na Arménia, o local onde assentou a Arca, teria sido Portugal, através deste descendente de Noé, palco de um povoamento por parte de Arménios (aliás, facto que segundo vários autores, é confirmado por diversos exemplos de toponímia). Fernando Oliveira estabelecia assim a fundação de Portugal "sacralizada" por um personagem bíblico, atribuíndo a D. Afonso Henriques o papel de Restaurador do Reino de Portugal e não o de seu Fundador.

Numa nota final, Fernando Oliveira foi magistral na critíca dos seus oponentes, sendo a sua grande arma o humor. "Depois de referir que Plínio que fala de Bardúlia, nome antigo dado ao espaço territorial ocupado por Castela, Fernando Oliveira chama “bárdulos” a homens precipitados e irreflectidos e “bardularia” ao comportamento feito de aldrabice e mentira."*

A intervenção de José Eduardo Franco neste nosso encontro, riquíssima em pormenores históricos, pode ser aprofundada através do seu livro "O Mito de Portugal" (ver capa).

Convidamos os nossos leitores a estarem atentos, visto que contamos em breve poder divulgar online, na íntegra e em formato de som, o conteúdo das intervenções futuras dos oradores convidados.



* - Luís Machado de Abreu no prefácio à obra O Mito de Portugal.
* * * * *
Adenda: Vide o link para o termo Bardúlia da Wikipedia Espanhola!... Sailor Girl

sábado, janeiro 13, 2007

Pobre Palácio das Necessidades....


Há uns tempos atrás, fui com uma amiga nossa, ao Palácio das Necessidades e fiquei chocado com os impedimentos criados num antigo Palácio Real, residência habitual dos nossos Reis, e desde 1911 Ministério dos Negócios Estrangeiros.

É verdadeiramente inaceitável que neste monumento nacional utilizado pelo Governo, seja vedada a todos nós a possibilidade de visitar esta Casa cheia de História.

Foi neste palácio que se reuniram as primeiras Grandes Cortes Liberais, foi aqui que a Família Real Portuguesa residiu até à Revolução do 5 de Outubro de 1910. Este Palácio foi inclusivé bombardeado pelos republicanos....

A sala das Cortes de 1820, por Domingos Sequeira.

A História reina nesta antiga residência real e é fundamental nós, defensores destas Causas, da História e Património, fazermos alguma coisa. Os Ministérios do Governo da Republica Portuguesa não deveriam estar sedeados em antigos monumentos nacionais. Considero um insulto à nossa memória colectiva.

Penso que a Causa do Palácio das Necessidades é uma Causa justa e que faz todo o sentido. Se há Ministérios sedeados em prédios de vários andares como o da Educação, então o Ministério dos Negócios Estrangeiros também deveria ir para outro local e não ocupar um Palácio cheio de História como o que referi.

Em breve falarei de outro fenómeno que toca também o Património - O Vandalismo que ataca os Monumentos. Também faz parte da Causa do Património!

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Império à Deriva, por Luís Aguiar Santos


Sugestão de leitura: o livro de Patrick Wilcken, Império à Deriva (tradução de Empire Adrift: the Portuguese Court in Rio de Janeiro, 1808-1821.É boa historiografia recente, bem informada e bem escrita. Com a vantagem de não poder ser acusada de alinhamentos e simpatias domésticas. Deste livro, que está à venda em todas as grandes livrarias portuguesas (e cuja leitura, graças a CAA, acabei apressando), ressaltam algumas coisas: que os membros da corte portuguesa tinham pouco a ver com o retrato pouco lisonjeiro em que CAA se compraz; que não se pode ter uma leitura acrítica de uma "fonte" como as memórias da "condessa" de Abrantes (mulher de Junot) quando há outras muito mais credíveis que a contradizem; que D. João VI hesitou muito menos do que é comum dizer-se e que sabia bem o queria (nomeadamente, poupar o País à invasão napoleónica, mesmo recusando os "conselhos" ingleses, e que, quando isso se revelou impossível, soube fazer uma das maiores retiradas estratégicas da História, que este livro justamente retrata enquanto tal). Da obra de Wilcken, ressalta ainda outra coisa, que Manuel de Oliveira Lima já dissera há quase cem anos: que o Brasil ter-se tornado uma nação foi obra de D. João VI. Coisa pouca para um rei "inepto" (CAA dixit). Poderíamos acrescentar, já fora do âmbito deste livro, que foram também as opções delineadas por D. João VI (e que D. Pedro IV plenamente assumiu e transmitiu a D. Maria II) que deram forma ao constitucionalismo liberal que em Portugal se impôs depois dos devaneios jacobinos do vintismo e que nos legou alguma tradição de liberdade civil e política antes do advento do autoritarismo no século XX, esse já obra da República tão cara aos detractores de D. João VI.
CAA, no Blasfémias, voltou a usar a figura de D. João VI para atacar o presidente Sampaio. Esse ataque não interessa agora aqui. O que motiva este post é o enésimo achincalhamento da figura do rei por CAA, que, respondendo a um comentário que deixei ao seu post, fala ironicamente da minha "sabedoria" sobre o monarca, pressupondo nas entrelinhas a sua. Em auxílio da sua iluminada informação sobre os genes, o carácter e a trajectória política de D. João VI, CAA esgrime contra a "historiografia revisionista" (!), que obviamente leu e que estaria ardilosamente a reabilitar a figura de D. João VI. Sabe-se lá, CAA, com que maquiavélicos propósitos! O que aqui lhe deixo é uma sugestão: procure informar-se melhor, mesmo sem recorrer aos recentes e perigosos historiadores "revisionistas". Pode começar pelo livro do grande historiador brasileiro Oliveira Lima (na imagem), "D. JOÃO VI NO BRASIL", escrito em 1909 (ai este revisionismo quase centenário!). Sobre o rei e imperador, que em qualquer outro pais europeu seria celebrado como um grande estadista, aqui fica um trecho, de outra obra de Oliveira Lima ("Formação Histórica da Nacionalidade Brasileira"):"(...) a suposta fuga de D. João VI nos surge então com feições mais dignas e apresenta um sentido inteiramente diferente da vulgaridade do temor, sentido que em nosso país a opinião pública, consciente em certos casos, instintiva na maior parte deles, não se demorou em ter percebido, a ponto de não hesitar nunca em fazer justiça ao monarca, que teve o mérito de ser denominado, na república, fundador da nacionalidade brasileira. Essa simpatia colectiva, impulsiva e sincera, não foi afinal senão o equivalente da simpatia individual, indubitável e calorosa, de que ele deu provas, em todas as oportunidades, pela sua pátria adoptiva. (...) D. João VI era o homem absolutamente necessário ao meio e ao momento histórico do Brasil, para levar a cabo a pesada tarefa de fazer dele uma nação."

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Mapa de Jean Rotz

Mapa de Jean Rotz, Dieppe ,conhecido como o mapa Delfim. Foi roubado da Casa da índia e é uma das provas da descoberta portuguesa da Austrália.

Muitos foram os mapas roubados da Casa da Índia no séc. XVI por espiões de origens diversas. Entre os franceses, salientaram-se os de Dieppe. Os marinheiros de Dieppe foram intrusos no Brasil português, e estabeleceram a colónia francesa da Guiana, na margem ocidental do Oiapoco. Outros navegadores penetraram nos Grandes Bancos de Bacalhau dos portugueses, na Terra Nova. Jean Jacques Cartier era de Dieppe e as suas viagens para St. Lawrence conduziram à fundação do Canadá francês. Parmentier e outros viajaram até Samatra.

E tal como os Portugueses de um século antes, viram que era fundamental a pesquisa sistemática, recolha e selecção de material de hidrografia e cartografia. Estabeleceram em Dieppe, um centro de pesquisa. Ali, Pierre Desceliers, «padre, matemático e cartógrafo», ensinou os mais promissores dos jovens marinheiros as artes do mar. Dos estrangeiros atraídos para a escola, veio o escocês John Rose, ou Jean Rotz. E não tinham remorsos por furtar as ideias dos outros. As informações eram roubadas nos portos estrangeiros, sobretudo Lisboa. Dieppe era o mais bem organizado centro cartográfico do mundo, com o melhor serviço de informações da sua época. E quando a Casa da Índia foi violada e os dois mais secretos de todos os mapas portugueses foram contrabandeados para fora do país, não foi surpresa descobrir que o feito fora alcançado por esta soberba organização francesa. Um era a Carta Anónima Portuguesa, hoje na Biblioteca de Wolfenbuttel, na Alemanha. O outro era um mapa da Austrália, inserido no mapa de Dieppe conhecido hoje como o mapa Delfim.