quinta-feira, dezembro 07, 2006

OCDE - Países desenvolvidos devem fazer mais para integrar trabalhadores

Lisboa, 05 Dez (Lusa) - A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) instou os países mais desenvolvidos para que promovam iniciativas que facilitem a integração dos trabalhadores imigrantes nas sociedades de acolhimento. "Uma imigração bem organizada beneficia tanto os países de acolhimento como os imigrantes e as suas famílias. Mas uma efectiva integração dos imigrante s nas sociedades dos países de destino é crucial, e isso implica compromisso e acção a nível local e nacional", afirma a OCDE no relatório "Da Imigração à Integração: Soluções Locais Para um Desafio Global", já divulgado.
A OCDE agrupa 30 países membros, entre os quais Portugal, unidos em torno da defesa da democracia representativa, da economia de livre mercado e do desenvolvimento social.

No relatório, a OCDE analisou várias iniciativas de integração de trabalhadores imigrantes desenvolvidas em cinco países (Canadá, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). Uma delas foi a do Concelho do Emprego Imigrante na Região de Toronto, Canadá, criado em 2003 para estabelecer contacto entre potenciais empregadores e imigrantes desempregados. O relatório da OCDE reflecte ainda a importância para os países desenvolvidos das questões levantadas pela imigração. "Quase três milhões de migrantes a longo-termo entram legalmente nos países da OCDE todos os anos à procura de emprego e de segurança económica", revela o relatório.
Para a OCDE, "a sua destreza e energia trazem benefícios para os países de acolhimento, mas as dificuldades de integração dão origem a tensões". "Paradoxalmente, há sinais de que, em alguns países, a integração está a ter actualmente menos sucesso do que no passado. Em muitos países, os imigrantes tendem a estar mais expostos do que os cidadãos de origem ao desemprego de longo-termo e à exclusão social", lê-se no relatório. "Eles enfrentam frequentemente condições de trabalho precárias e a perspectiva de emprego temporário sem seguranças laborais. Em muitos países, as segundas e terceiras gerações ainda enfrentam barreiras no acesso ao emprego", acrescenta.

De acordo com a OCDE, as bem sucedidas iniciativas de integração podem ter sucesso em outros países desde que os Governos ponham em prática as política s necessárias, incluindo a legislação anti-discriminação.

A nível nacional, a OCDE recomenda políticas que proporcionem oportunidades de educação e o reconhecimento de competências e qualificações. A nível local, considera ser urgente a cooperação entre instituições e o envolvimento dos empregadores em parcerias locais.


Fonte: Agência LUSA

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