terça-feira, janeiro 30, 2007

1º Conde de Arnoso - o "Conde da lápide"




Bernardo Pinheiro Correia de Melo, que nasceu em Guimarães a 27 de Maio de 1855 e morreu no solar de Pindela (Concelho de Vila Nova de Famalicão) a 21 de Maio de 1911, filho secundogénito do segundo casamento do 1º Visconde de Pindela.
Fidalgo da Casa Real, fez o curso liceal com distinção e seguiu a carreira militar como oficial de Engenharia, onde atingiu o posto de General.
Foi oficial às ordens do Rei D. Luís e, depois, secretário particular de D. Carlos, de quem foi amigo dedicadíssimo. Homem de finíssimo trato, tendo aprendido o culto das belas-artes no convívio paterno, dedicou alguns dos seus ócios à literatura, tendo publicado vários trabalhos. Era amigo de Eça de Queirós.
A sua intimidade com D. Carlos ajudou que as suas tendências para as manifestações do espírito se desenvolvessem, e amigo fidelíssimo do Rei, foi o seu companheiro dedicado durante todo o reinado.
Acompanhou D. Carlos nas suas viagens a Inglaterra, em Janeiro de 1901, quando dos funerais da Rainha Vitória, e na visita à Madeira e Açores. Fez parte da comitiva do Príncipe D. Luís Filipe nas festas da coroação de Eduardo VII.
Sofreu rudíssimo golpe ao ver o monarca assassinado com seu filho, o Príncipe Herdeiro. Tendo assento na Câmara dos Pares, a sua voz ergueu-se insistentemente pedindo que não se detivessem as investigações acerca do regicídio. Parecia um eco aquela dedicação que os jornais republicanos fustigavam, sobretudo depois do deu requerimento para ser colocado um padrão na arcada do Terreiro do Paço, fronteiro ao local do regicídio. Alcunharam-no de “Conde da Lápide”. O seu sofrimento era visível a todos os olhares; cortara relações com toda a gente que de perto ou de longe, tivesse combatido o Rei. Não sossegava e, não podendo vingar a morte do que fora o seu grande amigo, caiu no máximo desespero, que não o largou até à morte. O seu nome ficou na sociedade portuguesa como um exemplo de carácter, de fidelidade, de reconhecimento e de afecto.

***
Em 2006, por iniciativa da Real Associação de Lisboa, em memória do Senhor Conde de Arnoso, foi inaugurada no 1º de Fevereiro, passados 98 anos do Regicídio, a tão desejada lápide para lembrar aos Portugueses que naquele local, morreram um Grande Rei e um Promissor Príncipe Herdeiro. O facto, deve-se à insistência e ao trabalho dedicado da Comissão presidida pelo Dr. Ricardo de Abranches, que após autorização da Câmara Municipal de Lisboa, meteu mãos à obra e nesse fim de tarde do dia 1 de Fevereiro, foi finalmente inaugurada a tão desejada lápide. O Dr. Ricardo Abranches referiu na altura da inauguração da lápide, a memória do Conde de Arnoso, e referiu como um “grande Português, patriota e fiel a Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Carlos I de Portugal”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Relativamente a este assunto, o conde de Arnoso estava ligado à casa de Pindela. PINDELA "foi sede de um morgadio instituido em 12 de Maio de 1526 por Luis Carvalho do Prado, escudeiro - fidalgo da casa de D. João III, descendente dos Senhores de Louredo e da torre da Juncosa e dos Pinheiros de Barcelos.
Como não tivesse filhos, o morgadio caíu em seu sobrinho, Simão Pinheiro Lobo do Prado, 7º Avô de João Machado Pinheiro Correia de Melo, 1º visconde de Pindela"*.**
*(32) Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - Lisboa , Ed. Enciclopédia Lda., s/d vol 21, p. 703.

**in CARNEIRO, Eduardo Manuel Santos- BIOGRAFIAS/PERSONALIDADES FAMALICENSES

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