sábado, janeiro 13, 2007

Pobre Palácio das Necessidades....


Há uns tempos atrás, fui com uma amiga nossa, ao Palácio das Necessidades e fiquei chocado com os impedimentos criados num antigo Palácio Real, residência habitual dos nossos Reis, e desde 1911 Ministério dos Negócios Estrangeiros.

É verdadeiramente inaceitável que neste monumento nacional utilizado pelo Governo, seja vedada a todos nós a possibilidade de visitar esta Casa cheia de História.

Foi neste palácio que se reuniram as primeiras Grandes Cortes Liberais, foi aqui que a Família Real Portuguesa residiu até à Revolução do 5 de Outubro de 1910. Este Palácio foi inclusivé bombardeado pelos republicanos....

A sala das Cortes de 1820, por Domingos Sequeira.

A História reina nesta antiga residência real e é fundamental nós, defensores destas Causas, da História e Património, fazermos alguma coisa. Os Ministérios do Governo da Republica Portuguesa não deveriam estar sedeados em antigos monumentos nacionais. Considero um insulto à nossa memória colectiva.

Penso que a Causa do Palácio das Necessidades é uma Causa justa e que faz todo o sentido. Se há Ministérios sedeados em prédios de vários andares como o da Educação, então o Ministério dos Negócios Estrangeiros também deveria ir para outro local e não ocupar um Palácio cheio de História como o que referi.

Em breve falarei de outro fenómeno que toca também o Património - O Vandalismo que ataca os Monumentos. Também faz parte da Causa do Património!

5 comentários:

Anónimo disse...

Excelente chamada de atenção! MAs não concordo com o funod da questão! Acho que se pode dar um bom uso governamental a MM NN e manter o acesso ao público a áreas com história. Existe um desenho de Sequeira dada Sala das Primeiras Cortes que deveria ser preservada. Desconhecço como está!

Unknown disse...

Mas caro amigo, repudia-me a ideia de ver um orgão de soberania a ocupar um Monumento Nacional...

Isto não posso, nem consigo aceitar..

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

A utilização de muitos destes edifícios do Estado por serviços públicos é uma forma de manter os próprios edifícios vivos. A sua utilização exclusiva como museus nem sempre permite a dignidade correcta aos espaços. Da última vez que visitei o paláciode Queluz, fiquei impressionado com a pobreza franciscana do local, a manifesta falta de dinheiro, respeito e dedicação...
Frequentei muitos anos a Tapada das Necessidades, anexa ao Palácio. Jardins lindíssimos, que se foram degradando com a diminuição de
jardineiros disponíveis...

Nas Necessidades, a Família Real viveu muitos momentos de infelicidade..., o último dos quais foi a derradeira noite de D. Manuel II na sua residência, em Outubro de 1910...

Raquel Sabino Pereira disse...

LMC: quanto ao Palácio de Queluz, não concordo consigo... Aquela mesa enorme da Cozinha Velha, cheia de bolos e de arroz-doce, mousse de chocolate, de manga, de limão, de maracujá, inúmeras iguarias, pode ser acusada de tudo menos de «pobre». LOL

David: lembro-me da nossa ida ao Palácio como se fosse hoje... Sugiro que peça uma audiência ao Chefe do gabinete do MNE ou a um dos assessores. Explica que é historiador e que está a escrever um livro sobre alguns monumentos nacionais. Falaremos.

Anónimo disse...

miguel correia tem toda a razão no comentário. É preciso manter os edifícios vivos.