Na segunda das conferências sobre OS PROBLEMAS DE LISBOA, organizadas por Pedro Quartin Graça, o Arqº Ribeiro Teles falou dos problemas que cercam Lisboa.
A esse propósito, traçou um panorama do “desordenamento” português e de como não podia estar pior encaminhado o relacionamento entre os campos e as cidades.
Lisboa está ameaçada de se tornar uma cidade do terceiro mundo se mantiver o actual ritmo de construção desenfreado em que as cidades ficam dependentes do exterior para a alimentação quotidiana das suas populações; no caso de Lisboa, das cadeias de importação de produtos alimentares, centradas
O campo sofre de uma série de erros acumulados; a agro-indústria utiliza mal os sistemas de rega sem ligar à importância da adubagem orgânica; a proliferação da floresta de monocultura específica – eucaliptos ou pinheiros – desertifica aldeias do interior; a população envelhecida do campo não é substituída, deixando vender ao desbarato terrenos e até muros de pedra; a REN e a RAN estão a ser destruídas para edificar ao sabor de interesses locais;
Apoiado nos exemplos de países como a Holanda Alemanha e Estados Unidos, e que resultam da Carta de Atenas, Ribeiro Teles falou de como o mais esclarecido planeamento urbano e rural exige uma visão de Paisagem Global de continuidades entre o campo e a cidade. Enquanto a Paisagem Global não orientar trazida para descongestionar as cidades e aumentar a fixação nas povoações do interior o país continuará a desertificar o interior e a acumular numa faixa urbana litoral todos os erros para os quais conhecemos os remédios mas que o regime de decisão não permite corrigir.
1 comentário:
Como é possível que tal intervenção não suscite comentários?
Os contras ficaram sem argumentos...
Lembrem-se que os problemas da terra são também os do mar, ou vice-versa...
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