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Uma das falhas mais absurdas da política portuguesa de transportes e da marinha de comércio nacional é a ausência de uma carreira regular de serviço público entre o Continente e as Ilhas (Açores e Madeira) com navios de passageiros.
As Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira são as únicas regiões insulares da Comunidade Europeia que não dispõem de ligações com ferries.
As viagens de navios de passageiros a vapor Lisboa - Ilhas foram iniciados em 1836 e assegurados com regularidade de 1871 a 1973 pela Empresa Insulana de Navegação. O derradeiro paquete das ilhas seria o FUNCHAL, que concluiu a última viagem regular aos Açores e Madeira em Outubro de 1975. A Madeira foi ainda servida pelo paquete NIASSA de Janeiro a Março de 1978.
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Em toda a Europa as carreiras de ferries para as Ilhas são considerados serviço público e prolongamento das redes de autoestradas, caso dos nossos vizinhos castelhanos que centram em Cádis os paquetes para as Canárias. A excepção é Portugal, suposto país de marinheiros.
Razões para esta situação?
Diversas, desde o preconceito de que o navio está ultrapassado versus avião, até a forma como estão organizados os transportes de cargas, em porta-contentores de diversos operadores, e à indiferença dos poderes públicos e da opinião pública.
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Partindo do princípio de que uma boa rede de transportes é essencial ao desenvolvimento, esta situação é ainda mais absurda.
Um tema de reflexão para a discussão da Política Europeia de Transportes Marítimos. Uma vergonha nacional. Um assunto a debater com mais destaque.
3 comentários:
Muito Parabéns Luís Miguel Correia.
A perseverança, mais cedo ou mais tarde, dará frutos.
Como sempre foi o Mar é vital para Portugal.
É de facto vital, e a nossa teimosa ignorãncia do mar tem custos que todos ignoram... Virar as costas ao mar é uma atitude de analfabetismo em termos de portugalidade e cidadania...
LMC
Obrigado por este destaque simpático ao BLOG DOS NAVIOS E DO MAR. São todos bem vindos a viajar regularmente nas referidas páginas....
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