sexta-feira, março 02, 2007

Se pagam abortos, que paguem nascimentos


Relembrar agora os argumentos dos defensores do Sim e do Não no referendo do passado dia 11 de Fevereiro, seria necessariamente tarefa cansativa e fastidiosa.

Está no entanto instalada a confusão. Por um lado tivemos as afirmações de responsáveis governamentais e parlamentares ao longo da campanha, nas quais e de forma inequívoca se mostraram defensores da criação das ditas comissões de aconselhamento caso o Sim saísse vencedor no referendo.

Por outro lado, assistimos às afirmações do líder do grupo parlamentar dr. Alberto Martins, que se manifestou contra tais comissões de aconselhamento em dessintonia completa com o senhor Primeiro Ministro que afirmou tal como o senhor Presidente da República o havia já feito, que os bons exemplos dos países mais desenvolvidos da Europa deveriam ser tidos em conta.

A Assembleia extraordinária da Conferência Episcopal Portugues, em Fátima, disse bem "há uma resposta urgente a dar ao aborto: criar ou reforçar estruturas de apoio eficaz e amigo às mulheres a braços com uma maternidade não desejada e que consideram impossível levá-la até ao seu termo. Estudos recentes mostram que a maior parte das mulheres nessas circunstância, se fossem ajudadas não recorriam ao aborto. É um dever de toda a sociedade criar essas estruturas de apoio"

Aguarda-se também que seja feita justiça àquelas mulheres que assumindo a responsabilidade da maternidade, da renovação da sociedade, da construção de um mundo rejuvenescido, lhes sejam concedidos apoios materiais de valor não inferior ao custo que o Estado irá suportar com aquelas outras mulheres que optam pelo aborto. É uma obrigação. É um dever de justiça.É que todos nós cidadãos somos grandes devedores às mães e às famílias que asseguram a continuidade da nossa sociedade. Foi esse o passo recente das autoridades alemãs ao reconhecerem a vital importância do aumento das taxas de natalidade concedendo para o efeito às famílias um subsídio extra de 25 000€ por cada nascimento.

Por António Monteiro de Castro

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