quinta-feira, novembro 30, 2006

Central ou periférico?

PORTUGAL É PERIFÉRICO NA EUROPA.. POIS É!




















MAS PORTUGAL È CENTRAL NO ATLÂNTICO.. AH POIS!
















OBRIGADO , VASCO MANTAS!

O Amigo do Povo













Somos fãs de O Amigo do Povo Ah, pois somos! E além dos posts convém ler os vox populi pois os autores comentam-se e completam-se nos apontamentos. Como ser desempoeirado; vá lá; leia-os!

Periferia vs. Centralidade

Nesta imagem podemos compreender facilmente como a nossa Zona Económica Exclusiva é francamente superior em área ao nosso território terrestre.
Esta análise leva-nos facilmente a uma outra. Seremos periféricos como tanto se apregoa ou por outro lado estará Portugal numa posição central?
A resposta depende da prioridade que dermos às nossas relações com o mundo. No contexto europeu, claramente virado para as potências continentais, então aí somos claramente periféricos. No entanto se perspectivarmos como prioridade na nossa política, o espaço atlântico, então aí assumimos um papel central no eixo Europa-América e uma importante responsabilidade no controlo de uma vasta área no Atlântico Norte.
Poderemos nós ser a porta de entrada na Europa? (pelo menos para algo mais do que a droga)

quarta-feira, novembro 29, 2006

D. Duarte e a Democracia, por Luís Aguiar Santos

O livro D. Duarte e a Democracia – Uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques, foi apresentado em Lisboa por Manuel Alegre e no Porto por Paulo Teixeira Pinto. Creio poder afirmar que a escolha destas duas personalidades para o lançamento do livro pretendeu demonstrar que o Duque de Bragança pode unir aquilo que é aparentemente contraditório. Não menos importante é a sensação, transmitida por estes eventos, de que é possível entre nós vencer os velhos facciosismos de que se alimentam as falsas causas e os pequenos ódios históricos que envenenam a nossa relação com o passado e uns com os outros.

Daquela possibilidade foi exemplar o discurso proferido pelo ex-candidato presidencial socialista no Teatro Gymnasium, no Chiado, a 22 de Novembro, desmistificando ideias feitas sobre o senhor D. Duarte e, em grande medida, sobre a memória histórica da instituição real e o seu significado na actualidade. É rara a capacidade demonstrada por um republicano socialista como Alegre de dizer o que, estranhamente, mesmo entre alguns “monárquicos”, nem sempre parece muito evidente: que o herdeiro da Coroa de Portugal encarna tanto uma tradição dinástica quanto uma tradição de liberdades civis e políticas, nomeadamente aquelas que, aperfeiçoadas sob a monarquia ao longo do século XIX, a república autoritária de 1933 se esforçou por denegrir, desprestigiar e fazer esquecer – o Estado de Direito, as liberdades de expressão e de associação, o moderno parlamentarismo ou as eleições pluripartidárias.

No discurso de Alegre, tal como na nova biografia por si várias vezes elogiada, ficou patente que o Duque de Bragança tem sabido manter a causa real acima de facções – mesmo de facções monárquicas –, apenas se comprometendo com aquilo que entende ser o interesse nacional e esse património já antigo, embora não contínuo, de direitos, liberdades e garantias. Independentemente das preferências de cada um relativamente à forma da chefia do Estado (electiva ou dinástica), um retrato mais claro do Duque de Bragança e da causa real nele encarnada podem agora colher-se no novo livro de Mendo Castro Henriques – e no discurso de Manuel Alegre.

Fomos Conquistadores

Um país de marinheiros...

Portugal diz-se um país de marinheiros. É algo aprendido nos bancos das escolas do nosso país bem cedo no percurso de qualquer criança. O mesmo se ouve nos meios de comunicação social, nas converas de café, enfim, um pouco por todo o lado. Mas na verdade somos um país de marinheiros que hoje tem os pés muito bem assentes em terra.
A nossa nação de navegadores tem hoje uma frota mercante que ronda os dez navios, uma Marinha de Guerra que tem de utilizar submarinos com 48 anos de idade, que representam não só um perigo para os homens nele embarcados como uma vergonha para a Armada e para o país, a frota pesqueira lentamente definha, por vezes a soldo de subsídios de abate dados União Europeia… mas no meio de todo este cenário há quem diga ainda que somos um ‘país de marinheiros’…
Haverá esperança? Talvez…pouca, mas alguma haverá…
No plano da Marinha de Guerra estão a caminho dois novos submarinos (U-209PN) que substituirão os antigos Albacora, duas fragatas classe Karel Doorman chegarão em breve ao nosso país (apesar de não solucionarem a questão da necessidade de dotação da marinha com meios de defesa antiaérea) que em muitos aspectos são superiores à Classe Vasco da Gama. A par, o Instituto Hidrográfico está a levar a cabo os estudos necessários àquela que será, previsivelmente, a última expansão territorial portuguesa no futuro próximo, através do alargamento da zona marítima sob controlo português através da expansão da plataforma continental, processo fundamental para garantir os recursos que um dia poderão vir a ser explorados pelos nossos filhos.
Na Marinha Mercante e sectores associados, o Porto de Sines tem vindo a consolidar a sua posição no contexto ibérico competindo com o porto de Valência(e aqui defendo Lisboa para Cruzeiros, Sado para recreio e Sines para carga por possuir melhores condições para o efeito). Mas então coloca-se a pergunta, se foi decidida a construção do TGV porque não um traçado que sirva este porto, porque não colocar também o novo aeroporto na margem sul como chegou a ser proposto com ligações rápidas para o porto de Sines criando assim uma estrutura intermodal que permita uma eficaz transferência de cargas dos Navios para outros meios de transporte. Será falta de planeamento ou de interesse?...
Já nas pescas é difícil encontrar aspectos que nos permitam ter esperança ou acreditar num futuro melhor. Sem a protecção da nossa frota pesqueira, sem incentivos à modernização nada será possível. Vejam o caso espanhol, em que após um pequeno declínio nos finais da década de 80 começou a recuperar e até a aumentar a quantidade de pescado anualmente capturado e no entanto também a Espanha é um país da UE…
Fica a ideia do ‘Hypercluster do Mar’, estrutura que promove a convergência dos vários intervenientes e interessados no mar, de entidades públicas a privados, universidades e Armada (ver http://www.reservanaval.pt/ para mais informações). Esta é talvez um dos mais valorosos conceitos que pude analisar nos últimos tempos no panorama da relação entre Portugal e os Oceanos.
Resta ainda conhecer o desfecho do relatório da Comissão Estratégica para os Oceanos e do seguimento ou não de pelo menos parte das suas 250 propostas. Por outro lado a Estratégia Nacional para o Mar encontra-se agora em discussão pública, coisa que aliás passa ao lado de muitos, talvez da maioria dos portugueses, mesmo entre as classes mais esclarecidas. Façamos votos para o seu sucesso!

Espero não voltar a ouvir no futuro os portugueses a contestar a aquisição de meios para a Marinha Portuguesa (ou qualquer outro ramo diga-se quando tal contestação não é baseada em factos mas em mitos criados para aproveitamento político) e que o Oceano deixe de ser visto como uma barreira e passe a ser compreendido, uma vez mais como no passado, como o garante da nossa prosperidade, o nosso verdadeiro elemento e o espaço onde podemos assumir um papel de relevo no contexto das relações internacionais.

Vasco Manuel Mantas

terça-feira, novembro 28, 2006

Lágrima de preta, No Centenário de António Gedeão

«Encontrei uma preta que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima para a analisar.
Recolhi a lágrima com todo o cuidado
num tubo de ensaio bem esterilizado.

Olhei-a de um lado, do outro e de frente:
tinha um ar de gota muito transparente.
Mandei vir os ácidos, as bases e os sais,
as drogas usadas em casos que tais.



Ensaiei a frio, experimentei ao lume,
de todas as vezes deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro, nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo) e cloreto de sódio.»

A minha aldeia

«Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se rodeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.

Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.

Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.»

ADENDA: Coloquei este poema depois de ter visto o anterior, colocado por MCH. Coloquei-o abaixo (utilizando um truque informático muito simples...) para não tirar o destaque que temos de dar ao poema «Lágrima de preta» (que já se encontra estático, na coluna da direita).

segunda-feira, novembro 27, 2006

Actividades do GAO

Grupo dos Amigos de Olivença www.olivenca.org
Divulgação 15-2006

A)No próximo dia 30-11-2006, pelas 18:30 horas, na Livraria Ferin, Rua Novado Almada, 70/74, Lisboa, é apresentado o livro «Olivença no Labirinto da Saudade», com pinturas de Serrão de Faria e texto de Marília Abel e Carlos Consiglieri. A obra terá apresentação do Presidente do Grupo dos Amigos de Olivença. *

B)No dia seguinte, pelas 16:00 horas, o Grupo dos Amigos de Olivença participará, como habitualmente, nas Comemorações do 1.º de Dezembro, na Praça dos Restauradores, Lisboa,. Contamos com a presença, em ambas as iniciativas, de todos os amigos einteressados pela causa de Olivença!

Lx., 27-11-06.SI/Grupo dos Amigos de Olivença

Manuel Alegre e Dom Duarte juntos «sem complexos» Por Pedro Guerreiro



Apresentação de biografia política Manuel Alegre e Dom Duarte juntos «sem complexos», por Pedro Guerreiro
«Valores nacionais comuns» levaram o ex-candidato à Presidência da República a apresentar a biografia política do pretendente ao trono de Portugal. Contra os «tabus em democracia», o republicano Alegre não é contrário a um referendo sobre a monarquia.
Um republicano entre monárquicos.
Manuel Alegre apresentou esta quarta-feira em Lisboa a obra «Dom Duarte e a Democracia – uma Biografia Portuguesa», de Mendo Castro Henriques. «Com gosto» e «sem complexos», o candidato às últimas presidenciais esteve no Chiado alegando «valores nacionais em comum» com Dom Duarte. Os valores, segundo Alegre, daqueles «que não precisam de sondagens para saber se querem continuar a ser portugueses».
Na cerimónia, onde estiveram presentes Dom Duarte e Isabel de Herédia, o socialista disse que se vive «um momento em que são precisos patriotas que saibam renovar e afirmar os valores permanentes de Portugal». Em sintonia, Dom Duarte disse que «os valores patrióticos não são um monopólio da Monarquia ou da República, da Esquerda ou da Direita». O pretendente ao trono português declarou que se deve questionar «que futuro se quer para o país, se queremos ser uma região dentro de uma federação qualquer, ibérica ou europeia» e frisou o valor da independência nacional. «Basta perguntar aos bascos e aos catalães se não querem ser independentes. Nós que temos a independência, temos o dever de defendê-la», declarou.
Ao apresentar a obra, Manuel Alegre declarou-se «surpreendido» por alguns aspectos da vida de Dom Duarte Pio, como o facto de o pretendente ao trono ter estado em Saigão nas vésperas do 25 de Abril, de onde enviou um documento em que manifestou o seu apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional. Alegre mostrou-se de acordo com Dom Duarte e Mendo Castro Henriques ao partilhar as «inquietações» acerca do peso dos poderes económicos no processo da globalização que, segundo o socialista, geram um «grave risco de ruptura do contrato social». Contudo, quanto a outra «inquietação» de Dom Duarte, a União Europeia, Manuel Alegre diz que Portugal «não tem outro caminho senão manter-se no centro das decisões». O socialista aproveitou a ocasião para recuperar uma frase proferida durante o último congresso do seu partido. Alegre criticou novamente o Tratado de Maastricht, ao dizer que o documento «nos obriga, para reduzir o défice orçamental, a tomar medidas que não permitem resolver outro défice, o social».
Já o autor da biografia editada pela Bertrand, Castro Henriques, disse que os portugueses têm que estar «preparados para as surpresas da História». «Os mesmos que nos vendiam o Fim da História impõem-nos agora o Choque de Civilizações», ironizou Castro Henriques. No final da apresentação, Dom Duarte fugiu aos autógrafos e às dedicatórias, para celebrar em privado o 40º aniversário de Isabel de Herédia.

sábado, novembro 25, 2006

Abundante safra, segundo o Combustões

O sentimento monárquico está vivo. A atestá-lo, a diversidade de atitudes a respeito do lançamento da obra D. Duarte e a Democracia, ontem apresentada.

Vai uma (José Adelino Maltez)


E aqui vai a minha (Miguel Castelo Branco)
Deve ser bem acolhido qualquer movimento, gesto ou palavra de um hierarca do regime exprimindo a possibilidade de um referendo que devolva aos Portugueses a faculdade de se exprimirem livremente sobre a natureza do regime que querem para Portugal. De antiqualha ou apontamento memorialístico a possibilidade técnica, que hoje muitos aceitam como salvaguarda da unidade nacional, a ideia monárquica deu passos de gigante. Não é tempo para querelas sem sentido. É tempo de união. O princípio monárquico, qualquer que seja o seu acabamento jurídico e constitucional, quaisquer que sejam os fundamentos de legitimação que assistam aos seus defensores, é preferível a qualquer forma republicana. Depois fala-se das essências...
O livro, “D. Duarte e a Democracia – Uma Biografia Portuguesa”, da autoria de Mendo Castro Henriques, foi ontem apresentado ao público, em concorrida sessão de lançamento.
O autor, professor da Universidade Católica e nosso companheiro de armas no “Duas Cidades”, lembrou que o biografado representa a “pátria com rosto humano” aludindo à necessidade de “estarmos preparados para o eventual regresso da monarquia”
Coincidindo com a minha posição de fundo e de sempre, não faço comentários nem teço críticas que possam envolver SAR o Duque de Bragança. É uma questão de princípio. No que diz respeito à prossecução dos objectivos que me norteiam no reencontro de Portugal com a sua história, basta-me repetir o lema da minha cruzada: os republicanos que fizeram o nó que o desatem. Como é que entendem fazer isso, é com eles. A mim cabe-me apontar o erro e chamá-los à razão, nada mais posso nem devo acrescentar.
A história há-de julgar-nos a todos.

sexta-feira, novembro 24, 2006

D. Dinis faz 7 anos


Caros amigos,

Hoje celebra-se o 7.º Aniversário do Infante Dom Dinis, Duque do Porto, terceiro filho de Suas Altezas Reais e 3.º na linha da Sucessão Dinástica.

Daqui desejamos um Feliz Aniversário e uma Longa Vida com os nossos respeitosos e afectuosos cumprimentos.

David Garcia

Nota: a foto, foi tirada no dia 5 de Outubro de 2006, no decorrer da Real Regata no Tejo.
«É nossa sina não caber no berço. Desde os primórdios que somos emigrantes. O português pré-histórico já era aventureiro, navegador, missionário, semeador de cultura. (…) Todos os caminhos transversais de Portugal vêm ter ao mar. Verificá-lo, é avivar na consciência a nossa razão de ser. Que nascemos para embarcar. Ou de imediato, ou na lembrança ou na imaginação.» Miguel Torga

Padre António Vieira. Missionário jesuíta, viveu longos anos no Brasil. Como pregador, procurou intervir na vida política e económica do país, atacando, por exemplo, as perseguições aos cristãos-novos, o que lhe valeu conflitos com a Inquisição. Conselheiro e embaixador do rei D. João IV, foi um dos grandes representantes do messianismo nacional e da crença no Quinto Império português, contribuindo assim para a vitalidade de uma temática que teve continuadores como Fernando Pessoa, já no século XX. Pereira de Oliveira recordou-me hoje que era deste Grande «Causista» o entendimento de que Deus nos deu «tão pouca terra para o nascimento, e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer o Mundo»...

quinta-feira, novembro 23, 2006

Lançamento do livro "Amélia Rainha de Portugal"


A editora Quimera e a Directora do Museu Nacional dos Coches têm o prazer de convidar V. Exª para o lançamento do livro "Amélia, Rainha de Portugal" de Eduardo Nobre que terá lugar na quarta feira, dia 29 de Novembro, pelas 18h30, no Museu Nacional dos Coches.

Apresentará a obra a Dr.ª Silvana Bessone, presidindo à sessão S.A.R. o Duque de Bragança.

No final será servido um Porto de Honra.

Convite - A História da Cartografia na Obra do 2.º Visconde de Santarém


Portugal precisa de Portugueses Patriotas

«Alegre apresenta biografia de D. Duarte "sem complexos"»

Lisboa, 22 Nov (Lusa) - O poeta e deputado socialista Manuel Alegre apresentou hoje, "sem complexos", uma biografia de D. Duarte, pretendente ao trono, por haver valores que partilham e que "estão acima da monarquia ou da república ", como patriotismo. "Há ideias expressas por D. Duarte com as quais concordo. Portugal precisa de portugueses patriotas", afirmou Manuel Alegre, republicano, momentos ante s de apresentar o livro "D. Duarte a Democracia - uma biografia portuguesa", no Cine-Teatro Gymnasio, no Chiado, em Lisboa.

Para Manuel Alegre, a defesa dos "valores da identidade portuguesa num mundo global", as "liberdades nacionais, a justiça social são preocupações que devem unir os portugueses, quer sejam monárquicos ou republicanos".

O ex-candidato presidencial, que teve um avô monárquico e outro que foi chefe da Carbonária e fundador da República, defendeu a importância dos valores como forma "de afirmar Portugal" na União Europeia e no mundo.

Na Europa, Portugal deve lutar "sem arrogância nem subserviência", contra "o défice democrático e social, por uma maior responsabilização dos parlamentos nacionais" e fez a defesa do Estado para "diminuir assimetrias e desigualdades".

D. Duarte Pio defendeu também os valores da identidade e "uma nação solidária" com os países africanos e Timor-Leste. O pretendente ao trono questionou ainda se valerá a pena, no quadro da União Europeia, uma "dissolução" de valores "em troca de magros benefícios económicos".

No livro, da autoria de Mendo Castro Henriques, professor da Universidade Católica, o autor revela que D. Duarte enviou uma mensagem de apoio ao Movimento das Forças Armadas e logo no dia 25 de Abril de 1974, dia em que foi derruba da a ditadura. A sessão de apresentação do livro terminou, numa sala cheia, com dois convidados a cantar fado. NS. »

Fonte: Agência LUSA
VEJAM A NOTÍCIA QUE PASSOU ONTEM NO TELEJORNAL AQUI (a partir das 20:18).
(Fotografia de Sailor Girl)

Continuam a ser publicadas portarias criadoras de cursos profissionais com indicação de saídas profissionais!... Há que ser prático e estar atento. Para que o EMPREGO deixe de ser uma causa a defender e passe a ser UMA REALIDADE. Para que os portugueses tenham opções de vida para além dos cursos superiores pomposos e penosos, que nos traumatizam para o resto da vida e não nos ensinam nada de útil a não ser «sobreviver». Para que todos, sem excepção, consigam cumprir o destino que Deus lhes traçou. Para que caminhem de cabeça erguida e com a sensação de dever cumprido, contribuindo, com dignidade, honestidade e alegria, para a reconstrução do País.

Assim, e em aditamento ao post que colocámos no dia 20-Nov-2006, divulgamos agora as que foram publicadas hoje, em I Série do Diário da República, visualizáveis AQUI e sumariadas em comentário ao presente.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Aniversário da Senhora Dona Isabel de Bragança


Caros amigos,

Hoje, dia 22 de Novembro de 2006, celebra-se o 40.º Aniversário de Sua Alteza Real a Senhora Dona Isabel, Duquesa de Bragança.

Daqui lhe mandamos os Votos de um Feliz Aniversário e uma Longa Vida.

Respeitosamente de um Fiel Servidor
Agora e Sempre,

David Garcia
Encontra-se em discussão pública, até Junho de 2007, o Livro Verde da Política Marítima Europeia (Documentos).

Foi hoje publicado em Diário da República o Decreto-Lei n.º 228/2006, de 22 de Novembro, que aprova o processo de reprivatização de parte do capital social da REN - Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S. A. (visualizável AQUI).
O diploma vem concretizar a alienação da participação do Estado no capital social da REN – Redes Energéticas Nacionais, SGPS, S.A. (REN) prevista no Programa de Reprivatizações para o biénio 2006-2007, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2006, de 28 de Fevereiro.
Esta reprivatização consiste na alienação de acções representativas do capital social da REN até um montante que não exceda 19% do respectivo capital social, concretizando-se através de uma oferta pública de venda, que permita aumentar a dispersão e conferir maior liquidez na negociação das acções representativas do capital da REN, e uma venda directa a um conjunto de instituições financeiras que, pelos mesmos motivos, ficam obrigadas a proceder à subsequente dispersão das acções, acautelando que esta ocorra de modo faseado e progressivo, contribuindo para a diversificação da estrutura dos potenciais investidores.
A venda directa pode efectuar-se total ou parcialmente numa ou mais vezes e prévia, simultânea ou posteriormente à oferta pública de venda.
O Decreto-Lei prevê, ainda, a possibilidade de outros accionistas da REN (a EDP – Energias de Portugal, S. A.) alienarem conjuntamente com o Estado a sua participação, caso o pretendam, em condições a definir posteriormente por Resolução do Conselho de Ministros.

terça-feira, novembro 21, 2006

Tribunal da Relação dá razão ao Grupo dos Amigos de Olivença


Tribunal da Relação dá razão ao Grupo dos Amigos de Olivença

e determina abertura de Instrução Governantes do Estado Espanhol arguidos em processo penal O Tribunal da Relação de Évora, dando total provimento ao Recursoapresentado pelo GAO, no âmbito do Processo Penal que corre na Comarca deElvas relativo às obras ilegais efectuadas na Ponte de Nossa Senhora daAjuda, determinou que o Tribunal Judicial de Elvas realizasse a InstruçãoPenal naqueles autos, devendo ser constituídos arguidos os representantesdo Governo Espanhol (Ministro do Fomento, Director General de Carreteras eSub-director General de Arquitectura), os Administradores da SociedadeFreyssinet, SA, e os Presidentes do Instituto Português do PatrimónioArquitectónico e da Câmara Municipal de Elvas.Oportunamente, o GAO participou das referidas entidades pela prática decrimes públicos de dano (quanto aos governantes espanhóis e aosadministradores da empresa empreiteira) e de denegação de justiça (quantoaos titulares das instituições portuguesas), ilícitos cometidos com aintervenção clandestina e ilegal no indicado Imóvel de Interesse Público -a Ponte de Nossa Senhora da Ajuda, situada entre Elvas e Olivença - emMarço de 2003, tendo-se constituído Assistente nos autos.Em acórdão claro e impressivo, o Tribunal da Relação de Évora decidiuagora, «concedendo provimento ao recurso, revogar o despacho recorrido, quedeverá ser substituído por outro que admita o requerimento para abertura deinstrução formulado, não ocorrendo fundamento legal impeditivo».O GAO, congratulando-se com o Acórdão ora proferido, aguarda com muitaexpectativa o desenvolvimento do processo penal - que, como Assistente,continuará a acompanhar - confiando que, naturalmente, não deixará de serapurada a responsabilidade das entidades arguidas, designadamente a dosrepresentantes do Governo Espanhol.
Pode consultar-se o texto do Acórdão em:

www.olivenca.org/imagens/TRelacao_Evora_Prc_2170_05.pdf

*

Alegre apresenta na quarta-feira «Dom Duarte e a Democracia»

Manuel Alegre vai apresentar, amanhã, Quarta-feira, uma biografia de D. Duarte, intitulada «Dom Duarte e a Democracia», da autoria de Mendo Castro Henriques, professor na Universidade Católica e dirigente do Instituto de Defesa Nacional.
A notícia surge na edição desta segunda-feira do diário Correio da Manhã, que refere ainda que o livro, editado pela Bertrand, integra o testemunho de várias personalidades, como Mário Soares, o Príncipe Eduardo de Inglaterra e Pascoal Mocumbi, primeiro-ministro de Moçambique.

«Dom Duarte e a Democracia» será igualmente apresentado no Porto, na quinta-feira, pelo presidente do banco Millenium bcp, Dr. Paulo Teixeira Pinto.

20-11-2006 10:09:31

Fonte: Diário Digital

segunda-feira, novembro 20, 2006

(Fotografia de Sailor Girl)

Foram publicadas hoje, em I Série do Diário da República, várias portarias do Ministério da Educação criadoras de cursos profissionais, com indicação das respectivas saídas profissionais (visualizáveis AQUI e sumariadas em comentário a este post).

ADENDA: Foram entretanto publicadas mais portarias do Ministério da Educação referentes á criação de cursos (visualizáveis AQUI e elencadas em novo comentário a este post).

Uma canção para a Plataforma Vida

Não há machado que corte a raiz ao pensamento...

Um contributo da JukeBox para a Plataforma Vida

Abortion - Pro Life Songs by Karl Kohlhase


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Hey, Little Boy, what would you like to be someday?
Maybe an astronaut who zooms around in space?
No, I will be the one who finds a cure for cancer.
I will not rest until I've finally found the answer.
All I need is just a chance to live.

Hey, Little Girl, where in the world are you going?
It's hard to tell with one so small, no way of knowing.
I'm headed on an airplane for the Middle East.
I'll be the one to forge a treaty bringing peace.
All I need is just some time to grow.
Just give me a chance.

Hey, Mr. Politician, can you hear their voices?
Your deafness feigned to gain the vote of those with choices.
When I am home alone and shut off all the noise,
I hear the pleading of those little girls and boys.
All I need is just a chance to live.
All I need is just some time to grow.
Just give me a chance.

Se não fosse... por António Gedeão


Se não fosse esta certeza,
Que nem sei de onde me vem,
Não comia, nem bebia,
Nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
No mais escuro que houvesse,
Punha os joelhos à boca ...
E viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
Do ingénuo adolescente,
A chuva das penas brancas
A cair, impertinente;
Não fosse o incógnito rosto
Pintado em tons de aguarela,
Que sonha, no frio encosto
Da vidraça da janela;
Não fosse a fome e a sede
Dessa Humanidade exangue,
Roía as unhas e os dedos
Até os fazer em sangue.

Quando o primeiro-ministro se chama....


Picado de A ORIGEM DAS ESPÉCIES
||| Philosophia, 2.
De qualquer modo, acabar com os exames nacionais de Filosofia (e com a pertinência da disciplina) num país em que o primeiro-ministro se chama Sócrates, é de um grande atrevimento.
||| Philosophia. 1
Acompanhei, na Antena Um, o debate matinal sobre o fim dos exames nacionais a Filosofia; não sei -- embora esteja ao lado de um interveniente, representando a Sociedade Portuguesa de Filosofia, que achava absurda a posição do Ministério. Autores como Locke, Platão, Aristóteles, Hume, Descartes, Kant ou Rawls não podem ser considerados estranhos (como parece que acentua o ministério). Uma senhora da Faculdade de Letras do Porto disse que há um ataque à Filosofia em Portugal, desde o Marquês de Pombal «e que se agravou durante o fascismo» (porque, dizia, «lhes convém que as pessoas não pensem», o que eu gosto de teorias da conspiração). Eu acho tudo isso estapafúrdio. A verdade é que não é possível estudar filosofia sem ler os autores (sim, os clássicos também, os gregos, os medievais, os contemporâneos). O resto é História das Ideias, uma matéria que devia ser obrigatória.

domingo, novembro 19, 2006

Agostinho da Silva, por Paulo Borges

Centenário do Nascimento de Agostinho da Silva

"Comemora-se este ano o Centenário do nascimento de Agostinho da Silva, por iniciativa conjunta dos Governos português e brasileiro e da Associação Agostinho da Silva. Figura absolutamente ímpar da cultura luso-brasileira, Agostinho da Silva deixou, entre a sua vinda ao mundo, a 13 de Fevereiro de 1906, e a sua partida dele, no domingo da Ressurreição, em 3 de Abril de 1994, uma vida exemplar e pujante de pensamento e acção: das traduções e estudos clássicos à educação popular, da insubmissão perante o antigo regime à prisão e auto-exílio no Brasil, da fundação de universidades e centros de estudos ao aconselhamento de presidentes, governos e políticas culturais, da criação de vasta rede de amizades em todo o mundo à partilha dos recursos com os mais necessitados, do domínio de múltiplas línguas à publicação de imensa obra pedagógica, científica, literária e filosófica, da conversão da casa de Lisboa em tertúlia aberta à intensa e viva presença mediática.

Espírito livre, inconformista e original em todos os domínios, colocou as ideias e a vida ao serviço do pleno cumprimento de todas as possibilidades humanas. Em conformidade, e na linha de Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Jaime Cortesão, intuiu a superior vocação da cultura portuguesa, brasileira e lusófona como a de oferecer ao mundo o seu espírito fraterno e universalista, contribuindo para a criação de uma comunidade ético-espiritual mundial onde se transcendam e harmonizem as diferenças nacionais, culturais, políticas e religiosas. Inspirador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), antecipou a urgência da ética animal, bem como da consciência ecológica e ecuménica, propondo um verdadeiro diálogo inter e trans-cultural, inter e trans-religioso, entre o Norte e o Sul, o Ocidente e o Oriente, como forma de superar preconceitos e antinomias que sempre resultam em desarmonia, opressão e guerra. Pensador do terceiro milénio, é hoje referência incontornável da cultura lusófona e do debate de ideias que, num ciclo conturbado da civilização, pode promover um novo Renascimento integral e planetário"

Paulo Borges

Presidente da Comissão das Comemorações do Centenário
e da Associação Agostinho da Silva
In http://www.agostinhodasilva.pt/entrada.htm

sábado, novembro 18, 2006


Diário de uma Vida

Antres do direito à vida , há o facto da vida. É melhor estar informado antes de se tomar posição. Veja o Video do espantoso desenvolvimento de um feto no ventre materno. Clique Aqui

BLOG DE PEDRO QUARTIN GRAÇA


BLOG DE PEDRO QUARTIN GRAÇA

Na semana passada, o deputado Pedro Quartin Graça, membro do Partido da Terra eleito pelo PSD, apresentou um requerimento em que solicita esclarecimentos do Ministério do Ambiente e da Câmara de Vila Franca de Xira sobre eventuais projectos de utilização turística dos mouchões. O parlamentar pede "informação integral sobre se existe, ou se se encontra em fase de negociação, algum projecto de utilização turística referente aos mouchões do Tejo" e recorda que a Câmara de Vila Franca "tem defendido insistentemente que os mouchões estão em risco de desaparecimento dada a degradação do sistema de diques.

Numa visita aos mouchões organizada, em Abril, pela Câmara de Vila Franca de Xira, os proprietários dos mouchões de Alhandra, do Lombo do Tejo e da Póvoa afirmaram a sua vontade de desenvolver projectos de cariz turístico. A autarquia admitiu essa opção, mas defendeu que o futuro daquelas ilhas deverá passar por projectos turísticos de qualidade e de muito baixa densidade de ocupação, vocacionados para a observação da natureza.

No Lombo do Tejo, o empresário António Varela já investiu centenas de milhares de euros nos últimos seis anos num grande projecto de requalificação, recuperando e modernizando as construções, criando espaços ajardinados e investindo na criação de caminhos e na reparação dos diques.

"Este espaço pode continuar a ser uma área de uso agrícola e pode ter uma utilização que torne esta vivência mais rentável", referiu António Varela, frisando que "é difícil manter este equilíbrio se não existir um suporte financeiro adequado" e que a ilha "tem um enorme valor económico e turístico".

No vizinho Mouchão da Póvoa chegou a ser desenvolvido um estudo para a instalação de 3000 fogos em palafitas, mas não foi aceite pelas administrações local e central.

"Por princípio, não concordamos com construções e ocupações do espaço que contribuam para criar uma carga permanente nesses mouchões. Temos que ter grande prudência", responde o ministro do Ambiente, frisando que está de acordo com actividades de observação de aves e de passeio nos mouchões, mas que não concorda com qualquer empreendimento do tipo aldeamento turístico.
FALE COMIGO! LINHA DIRECTA PARA O DEPUTADO PEDRO QUARTIN GRAÇA: Telemóvel: 96 96 400 21

sexta-feira, novembro 17, 2006

TERRA DE MILAGRES


Tierra de milagres
(inédito)
«Don Denis an Miranda
- eiqui queda bien un castielho:
ls primos daquel lhado assi yá sáben
adonde ampeçar a sbarrulhar.

Dona Sabel por Miranda
- tengo ls milagres por ancetar:
nesta tierra dá muito trabalho fazer milagres
que los faga quien quedar.

Don Denis de Miranda
- bou sien gana de bolber:
nien pinos an frol que déian bersos
amigo a quien cantar
ai Deus i u é.»

Fracisco Niebro

segunda-feira, novembro 13, 2006

Estudar a História

«Muitos alunos questionam-me a propósito da função da História e sobre a razão da sua obrigação em aprender a História.
Para eles, a História, mais não é, que os factos e as personalidades do passado, e questionam-se, com alguma razão, e com alguma legitimidade, sobre o interesse que tem e terá para eles, coisas que já passaram, que já morreram.
Ora, a História, o conhecimento histórico, é o signo mais evidente da relacionamento social do Homem. Enquanto existência para si, enquanto solipsismo existencialista, o homem não precisa da História, porque só o presente, o momento conta, a auto-satisfação o sustenta. O Homem mais não é que impulso existencial, absoluto presente, sem passado e futuro. Nada conta, a não ser o presente. O tempo é mero conjuntura negativa que lhe nega a eternidade, e por isso, ele o repulsa para os limbos da nossa “vida” como que a tapar com a “peneira”, a terrível realidade que nos espera, o término da nossa existência na terra, a morte, a morte como elemento chave e absolutamente integrante do viver.
O gosto pelo conhecimento histórico reflecte sociedades que de si saiem em busca de si, na alteridade, no busca do encontro com o outro, com a irredutibilidade interpelante do outro, trilhando nesse caminho a descoberta de si mesmas. Não deixa de ser, talvez sintomático, que a História derive da palavra grega, que substancia a busca, História é a expressão da inquirição, do questionamento, de procura interrogativa sobre a vida, sobre o Homem. Foi a busca do porquê do presente, o impulso que levou Heródoto a iniciar a sua interrogação sobre o passado. Não seria por acaso que Heidegger viu na matriz, na origem, uma das chaves do conhecimento do presente, ir à fonte, era uma das chaves, senão a chave, para a compreensão do universo hodierno.
Por isso, não há melhor saber, não há saber mais bem preparado do que aquele que a História transmite, para dar uma visão global e amplamente abrangente do sentido da humanidade, do sentido profundamente humano da humanidade.
De facto, a História lida com o Homem, o Homem na sua plenitude. Contrariamente a outras ciências sociais que de uma ou outra forma lidam com aspectos parcelares da existência humana, a economia, a sociedade (sociologia), o espaço na geografia, a História confronta-se com a totalidade do Homem. O que ela busca é o Homem, o homem pleno, em todas as suas configurações e em toda a sua nudez.
É por isso que não há melhor disciplina para falar do Homem do que a História. É por isso, que a História tem no seu método transdisciplinar a sua maior fraqueza e a sua maior força, fraqueza porque a História, de certo modo, parasita os diversos métodos das ciências sociais, força, porque esse parasitismo deriva da sua busca, não focando o Homem de uma dado modo, mas a totalidade, a totalidade do Homem.
É absurdo por isso pensar que para leccionar a disciplina de História basta saber uns quantos factos e umas quantos datas do passado. Que a História mais não é que uns quantos acontecimentos e a sua descrição de forma mais ou menos erudita. Posto desta forma, a História não passa de uma inutilidade de sabichão. Não! Leccionar História é procurar, bem ou mal, introduzir as pessoas no âmago do universo humano, é inseri-las no sentido da humanidade, e isso só pode ser feito por quem tomou consciência da totalidade existencial, da totalidade humana, que releva do conhecimento histórico.
O historiador, como o professor de História tem de ser um evocador, um contador de Histórias e um evocador. A evocação é a forma mais subtil e complexa de compreensão, porque o que evoca, de certo modo, traz consigo e sente-se parte integrante do Mundo que está a recriar.
Seria pois, extremamente negativo que qualquer especialização rápida numa área da História servisse para leccionar a disciplina no Ensino Básico e Secundário.»

António Paulo Duarte
__________________
Parte deste texto foi publicado no jornal Notícias da Manhã, nº 475, de 10 de Novembro de 2006, p. 16 com o título, “Em Prol da Educação Histórica”.

domingo, novembro 12, 2006

Olivença back to Portugal

Grupo dos Amigos de Olivença

Divulgação 12-2006

Está em curso na Net um «abaixo-assinado», em inglês, da autoria de Sam Gomes, de Londres, dirigido a «The Ambassador of Spain», em que se denuncia a actual situação de Olivença. Pelo interesse da iniciativa, e deixando ao critério de cada um subscrevê-la, transcreve-se:

«Olivença back to Portugal»

«Olivença back to PortugalOlivenza is a Portuguese territory illegaly occupied by Spain. Portugal does not recognize the Spanish sovereignty over the Olivenza territory. Therefore, the border between these two countries in theOlivenza region has never been defined- in the delimitation of the border between the two Iberian states 100 landmarks have not yet been placed. The rigths of sovereignty that Portugal possesses over Olivenza are unarguable and no expert in International Law can question it. The Portuguese Constitution, in Article 5, number 3, makes it impossible for that territory to be given to Spain. Thus the only solution to this peninsular litigation lies in the fulfilment of the Vienna Treaty of 1815, whereby Spain pledged to return Olivenza to Portugal, which has not happened so far.»

sábado, novembro 11, 2006

Dom Duarte e a Democracia - Lançamento do tão esperado livro!!!


Caros amigos,


Dia 22 de Novembro em Lisboa e dia 23 no Porto será lançado o livro "Dom Duarte e a Democracia - uma Biografia Portuguesa" - Editora Bertrand. Um livro obrigatório!!!


Democracia patriótica


Saudamos o Portugal Atlântico
E ficam aqui excertos da causa:
(...)
Vamos iniciar hoje uma reflexão sobre o porquê de Portugal o porquê da República ou Monarquia como Regime verdadeiramente Nacional, e o porquê da defesa de causas no contexto actual de extrema infecundidade do pensamento político nacional quando enquadrado nos espaçosos ‘movimentos políticos’ que Portugal hoje (des)conhece, também designados como Partidos com assento parlamentar.
(...)
Portugal vive na sombra de anos de ditadura, porventura menos severa e fecunda em privações de liberdade que muitas outras pela Europa fora, o que aliás, talvez explique em parte o porquê da sua longevidade.
Essa sombra obscurece a noção de amor pela Pátria, apaga o orgulho luso no que é seu e favorece apenas manifestações inócuas de folclore verde e vermelho em umas poucas ocasiões.
(...)
A apropriação do nacionalismo pela direita radical é um facto, mas é um facto também que a repulsa pelo nacionalismo, ou patriotismo se se preferir pelos partidos do ‘centro’, é uma prova da sua ineficácia enquanto garantes da nossa governação e guardiões dos nossos interesses colectivos.

Podemos fazer uma distinção entre Patriotismo e Nacionalismo restringindo-se no primeiro o amor aos símbolos e de certa forma à cultura e no segundo a uma defesa mais acérrima de uma identidade e de uma certa noção de superioridade, nomeadamente através da valorização dos interesses nacionais sobre os dos restantes. Agora como pode alguém amar sem defender e valorizar o que ama? Como pode alguém amar um país sem querer o que é melhor para ele e para os seus cidadãos?

O Patriotismo pode assim ser considerado como a mãe do Nacionalismo sendo este a manifestação no campo visível e das acções do sentimento alimentado pelo amor à Pátria.
(...)

Podemos pois arriscar concluir que a Independência é o resultado directo do exercício da Soberania por um Estado em um tempo e espaço definido.

terça-feira, novembro 07, 2006

Energia Solar em Portugal, por MCP

Em Portugal, o recurso à energia solar térmica é muito inferior ao de outros países da UE, facto surpreendente, dado sermos o país com melhor recurso solar do universo da UE e de haver tecnologia e engenharia de qualidade, nesta área, em Portugal. O Quadro 1 resume a situação para os países da UE(15) ( dados até 2002 e estimados para 2003 e 2005).

O mesmo programa estabeleceu como meta para a energia eólica alcançar 3500 MW de potência instalada em 2010. Actualmente perspectivam-se 4500 MW como meta, embora estejamos apenas em cerca de 1000 MW instalados ou em fase de instalação [7].

Um colector solar plano para aquecimento de água em Portugal pode considerar-se que produz, em média, 750 kWh/m2/ano de energia útil, sob a forma de água quente [8].

Assim, se instalássemos 1 milhão de m2 teríamos 750 GWh de energia útil por ano. 2.8 milhões de m2 produziriam 2100 GWh.

Em termos de energia final (EF) e de energia primária (EP), 1 milhão de m2 e 2.8 milhões de m2 de colectores solares representam (admitindo que substituem sobretudo gás e electricidade - com o mix verificado em 2002 [11] de combustíveis fósseis na sua produção - no sector doméstico) os valores referidos no Quadro 2, onde também se indicam, em percentagem, o que isso representa em relação aos valores globais de 2002.

Quadro 2 – Energia produzida em função da área de colectores instalada

Utilizando esta informação e os valores actuais da unidade de energia importada é possível calcular o que representa a contribuição solar do quadro 2, em cada um dos casos. Com o petróleo a U.S.$42.00./barril a ordem de grandeza da poupança com a redução da quantidade de combustíveis importados é da ordem de 10 milhões de euro/ano, no caso de 1 milhão de m2 e de 30 milhões euro/ano, no caso de 2.8 milhões de m2 de colectores.

Um sistema solar com 4 m2, instalado em nossa casa para aquecer água, evita tantas emissões de GEE quanto as que uma família emite em média a viajar no seu carro 10 000 km/ano, a gastar 8 litros aos 100 Km.

segunda-feira, novembro 06, 2006

A Esquerda e o Iberismo

ALENTEJO POPULAR (Beja)02-Novembro de 2006

«Do fantasma do Iberismo à dominação económica espanhola» Miguel Urbano Rodrigues Antes e depois da visita de Cavaco Silva a Madrid, alguns órgãos decomunicação social aproveitaram o acontecimento para retirar de arquivosbolorentos o tema do iberismo e agitar esse fantasma. Promoveram sondagensque apresentaram resultados muito semelhantes. Quase metade dos espanhóisseriam favoráveis à existência de um único estado na Península e um quartodos portugueses desejariam a fusão com a Espanha. O Público dedicou três paginas ao assunto. Numa delas o correspondente deEl Pais em Lisboa, em tom que navega entre o serio e o irónico, reflectesobre a hipótese da criação de «uma nação única».O que chama a atenção nesses s textos e noutros publicados na imprensa é aleviandade da maioria dos comentários e depoimentos e o silêncio sobre duasquestões, essas sim, importantes:1. Nenhum dos autores e entrevistados manifesta curiosidade pelo súbitointeresse dos media pela problemática da integração de Portugal na Espanha.Ninguém pergunta por que se levanta de repente na comunicação social estaalgazarra tonta em torno do iberismo.2. Em nenhum dos artigos lidos encontrei qualquer referência à avassaladoracolonização económica de Portugal pela Espanha.No labirinto de argumentos invocados a favor e contra o projecto ibéricoidentifiquei um denominador comum: a conclusão de que portugueses eespanhóis se assemelham como dois irmaos. Até Miguel Bastenier, quediscorda da Ibéria única, escreveu na sua coluna de El Pais, que «não hadois países que se pareçam mais».

O MITO E A REALIDADE

Uma extensa e sinuosa fronteira separa, na aparência artificialmente,Portugal da Espanha. Mas é suficiente atravessá-la e logo, ao entrar nospueblos e nas vilas da raia, qualquer estrangeiro percebe que somos povosmarcados por profundas diferenças.A historia que nos diferenciou com lentidão - somos filhos da Galiza-principiou a cavar abismos culturais entre os dois países após a Revoluçãode 1640 que pôs termo à breve união dinástica . A partir de então, ocastelhano que, era de uso comum, inclusive na literatura, entre osportugueses instruídos, quase deixou de ser falado. Portugal voltou-se paraa França e durante três séculos o povo de Voltaire passou a ser areferência cultural.Distanciados por um século, Eça e Saramago contemplam e sentem a França e aEspanha sob perspectivas que têm muito pouco de comum.Mas é transparente que a influência de Paris como fonte de inspiração, nocaminhar do Portugal urbano, não foi substituída, ao desaparecer, por umapresença espanhola. Para a juventude, as grandes referencias são hojeanglo-saxónicas nos mais diferenciados aspectos da vida quotidiana e naadopção de valores culturais. É um facto que acultura norte-americana, sobretudo a sub cultura deexportação, marca hoje decisivamente o comportamento social da totalidadedas sociedades europeias. Os efeitos - do choque produzido não são, porem,os, mesmos, da Suécia à Itália, da França à Grécia.A Espanha, na transição do fascismo para um regime de fachada democrática,tem assimilado o pior do neoliberalismo globalizado e da chamada macworldcultura. O autóctone e o importado fundiram-se numa amalgama na qual aherança mediterrânea - sobretudo a de Roma e do Islão- cede perante aofensiva de um capitalismo cuja peculiaridade regional é de uma enormeagressividade.A burguesia portuguesa, impressionada pelas taxas de crescimento do PIB nopaís vizinho, cita com respeito o «milagre espanhol». Nem sempre o afirmaexplicitamente, mas admite que é um factor de peso a favor de uma união coma Espanha. A Espanha passou inclusive a ser um país exportador de capitais,o que suscita a sua admiração. Mas o que é, afinal, esse «milagre»?O capitalismo espanhol é hoje um dos mais predatórios do mundo. Uma revistatão insuspeita pela sua fidelidade ao neoliberalismo como a Newsweekcomparou já a actuação na América Latina das transnacionais da Espanha aoconquistador do México Hernan Cortés, responsável pela destruição dacivilização azteca.O governo de Madrid repete com orgulho que cinco séculos após a chegada deColombo ao Novo Mundo os investimentos directos espanhóis na América Latinasomente são superados pelos dos EUA. Mas por que preço para os países ondeo capital espanhol se instala?Para citar apenas os casos mais chocantes, a Repsol, a Telefónica e o BancoSantander aparecem aos olhos das forças progressistas da Argentina, doBrasil, da Bolívia, da Colômbia e do Chile, entre outros, como polvostentaculares do capital. Não apenas pela sobrexploraçao dos trabalhadores,também por surgirem envolvidos em escândalos, roubalheiras e violações dasoberania dos Estados onde desenvolvem a sua actividade.Aliás, mesmo encarado sob um angulo exclusivamente económico e financeiro,o «milagre» espanhol tem pés de barro.Na ultima década o motor do crescimento do PIB tem sido o boom daconstrução, o que segundo Le Monde e o The New York Times, anuncia temposdifíceis porque o sector imobiliário, saturado, perdeu o dinamismo e acusao efeito da subida da taxa de juros.A essa fragilidade soma-se uma grande dependência do turismo, uma fonte dereceitas extremamente instável.Os iberistas, ao esboçarem o panorama de uma Espanha pletórica de energias,exemplo de progresso e criatividade numa Europa estagnada, simulam tambémesquecer que o país exibe a mais alta taxa de desemprego dos 15 membros daUnião Europeia anterior ao alargamento.No aranzel levantado em volta das vantagens e desvantagens da integração dePortugal na Espanha não aludem sequer os participantes no abstruso debate aracismo e à xenofobia que fazem hoje da pátria de Cervantes um dos paíseseuropeus onde os imigrantes, sobretudo os magrebinos e os equatorianos ecolombianos, são mais discriminados. Não. Preferem discorrer sobre temas como a localização da capital de umaIbéria unida, a estrutura institucional do Estado - Federação ou simplestransformação de Portugal em mais uma Região Autónoma- e ,finalmente quepapel seria em tudo isso o do Rei D Juan Carlos de Bourbon .São mínimas as referências à incapacidade secular demonstrada pelo PoderCentral espanhol para conviver democraticamente com as nações hegemonizadas por Castela. Não obstante afigura-se-lhesnatural que Madrid, repressora da fome de liberdade de bascos e catalãos,possa absorver tranquilamente Portugal. Na abordagem das peculiaridades que diferenciam e aproximam portugueses eespanhóis fala-se do bacalhau, do fado, do flamenco , de marialvas esenhoritos, dos dois idiomas, mas em todo essse festim de leviandades naoidentifiquei um depoimento que tocasse mesmo ao de leve numa questao defundo: o modo de encarar a existência, o comportamento no quotidiano deportugueses e espanhóis, sejam estes castelhanos, catalãos ou bascos, poroutras palavras, a atmosfera humana,o espectáculo da vida oferecido porambos os povos.Essa omissão é definidora da inutilidade e do ridículo da ressurreição dofantasma do iberismo. Porque o desencontro de idiossincrasias ilumina bemuma realidade: longe de serem «muito parecidos», portugueses e espanhóisdistanciaram-se progressivamente, exibindo atitudes quase antagónicasperante a grande e breve aventura da vida.Vivo em Serpa, na Margem Esquerda do Guadiana. É suficiente atravessar afronteira e entrar pela Província de Badajoz ou pela de Huelva e parar emqualquer pueblo para sentir uma profunda diferença. Eles trabalham a horasdiferentes, transformam o culto do aperitivo num instrumento de convívio,comem a horas diferentes. O ruído é ali componente da vida, do conceito doslazeres. Em Madrid ou Barcelona, tão desiguais, essas diferenças na atitudeperante a vida, na forma de a percorrer e desfrutar, são ainda maisacentuadas.Não critico, registo o inocultável. Essa especificidade espanhola não acompanhou os senhores da Conquista.Na América Latina hispano-india, o fluxo do quotidiano - com a únicaexcepção do México - é balizado pela norma europeia . Come-se, trabalha-see convive-se em horários semelhantes aos dos países da União Europeia.Outra omissão em todos os textos em apreço, na imprensa de Lisboa e Madrid,é a falta de referências à colonização económica de Portugal pela Espanha.O processo em curso é avassalador. Ha três décadas a Espanha não existiapraticamente como parceiro comercial de Portugal. Hoje ocupa o primeirolugar nas importações portuguesas. Os nossos vizinhos souberam aproveitaros mecanismos da Comunidade Europeia. Mas não ocupam somente uma posiçãohegemónica no comércio. A invasão do capital espanhol é diluviana. A bancaespanhola conquistou uma parcela importante do mercado português. O mesmoocorre com a hotelaria e as grandes lojas transnacionais como El CorteInglês e Zara.As imobiliárias espanholas invadem as nossas cidades, do Minho ao Algarve. O processo de colonização pacífica, no âmbito do funcionamento do mercado,assume facetas particularmente alarmantes no Alentejo.Capitalistas espanhóis compraram já as melhores terras no perímetro doAlqueva. Adquiriram milhares de hectares, sobretudo no Distrito de Beja,para criação de porcos, instalação de lagares e plantação de oliveiras evinhas.Essa invasão do capital espanhol é obviamente festejada pelo Governo deSocrates e pela grande burguesia como muito positiva. Saúdam osinvestidores espanhóis como empresários agentes do progresso. Agradecem.Com A espontaneidade da nobreza de 1383 a saudar D João De Castela e anobreza de 1580 a alinhar com Filipe II. Essa forma de dominação económica encobre, afinal, uma modalidade deintervenção imperial.O correspondente em Lisboa de El Pais garante que «o imperialismo espanholestá definitivamente liquidado». Mas a sua peremptória afirmação apenas evidência que ou desconhece o queseja o imperialismo ou pretende dissipar no berço temores que identifica emamplos sectores do povo português.A Espanha não tem mais colónias. Nem passa pela cabeça de qualquergovernante espanhol conquistar Portugal pelas armas.Mas a actuação do capital espanhol na América Latina configura uma forma deimperialismo. Embora diferente, mais discreta, a estratégia subjacente àpolítica dos investimentos maciços em Portugal é igualmente inseparável deuma concepção imperialista das relações entre os povos.Alias, contrariamente ao que sustentam os apologistas da política deZapatero, apresentada como social democrata e progressista, ela, nofundamental caracteriza-se pela fidelidade ao neoliberalismo e peloalinhamento com o imperialismo.O presidente do Governo de Madrid comprometeu-se nas vésperas das eleiçõesque levaram o PSOE ao poder a retirar as tropas espanholas do Iraque. Essefoi um grande trunfo eleitoral.Cumpriu. Mas quase logo foram enviados para o Afeganistão forças doExercito espanhol para ali combaterem, integradas no dispositivo da Nato, ainsurreição em curso naquele pais. Ora essa é outra guerra imperialista.A Espanha é- não devemos esquece-lo- um dos países da União Europeia quenos últimos anos tem colaborado mais activamente ,através das suas forçasarmadas, com a estratégia de dominação mundial do EUA. O discurso deZapatero tenta negar essa evidência. Mas os factos negam-lhe as palavras.Podem argumentar os defensores do iberismo que Portugal também enviouforças para a Bósnia, Afeganistão e o Iraque por decisão de sucessivosgovernos. Assim aconteceu. Mas a pequena dimensão desses contingentes éesclarecedora da diversidade de atitudes dos povos de Portugal e Espanha.Sócrates é um medíocre ambicioso, profundamente reaccionário. No campointernacional as suas tomadas de posição reflectem a orientação transmitidapor Washington. Mas está consciente de que o povo português conserva viva amemória da guerra colonial desaprovou desde o início as agressões ao Iraquee ao Afeganistão, mascaradas de intervenções em defesa da liberdade e dademocracia. Daí o caracter inexpressivo da presença de militaresportugueses naqueles dois países. Nem Cavaco ousaria dizer-lhes, como o fezo Rei de Espanha em visita às suas tropas, que estão a servir a Pátria e osmais nobres ideais humanistas.Para terminar quero esclarecer que admiro muito a outra Espanha, a Espanhamestiça, nascida de culturas diferenciadas, a Espanha de Cervantes( oQuixote, lido e relido, continua a ser para mim um livro de cabeceira) e deGoya , de Dolores Ibarruri e Lister, a que se bateu contra o fascismo ehoje condena nas ruas o neoliberalismo, as guerras imperiais e a monarquiaridícula e corrupta que as aplaude .Essa Espanha, fraterna, revolucionaria, alinha, tenho a certeza, comaqueles, como eu, que apontam como farsa este alarido dos meios decomunicação social na campanha que desenterrou o espantalho do iberismo.Sou, como comunista, internacionalista. Mas aprendi nos combates da vidaque o universal mergulha as raízes no nacional.

Miguel Urbano Rodrigues "Alentejo Popular" (Beja)02-11-06

Discutir o Iberismo, por Carlos Luna

«Voltou a estar na moda apontar uma eventual união Portugal-Espanha para resolver os grandes problemas do povo português. Tudo isto partindo de um estudo em que quase 28% dos inquiridos manifestava tal opinião, e que foi referido quase até à exaustão... esquecendo-se que no mesmo estudo quase 70% dos inquiridos acreditava ser Portugal um país viável.
Desgosta-me ver pessoas tratar destes temas de Unificação Ibérica em termos tão ligeiros e irresponsáveis. Deveria ser já tempo de se falar de assuntos polémicos com profundidade. Pessoalmente, não sou a favor duma União Ibérica. Parece-me ridículo pôr em causa uma independência de 850 anos, que nunca se teria mantido se não fosse sólida e justificada. Já é suficiente, sem discutir se terá sido o caminho correcto, a "dissolução" (relativa...) na União Europeia, onde, como Estado Soberano, temos voz igual aos outros membros. Numa União Ibérica, até essa igualdade se perderia. Todavia, penso que os que a defendem como uma solução para Portugal no quadro de uma Confederação o fazem convictos de que querem conservar uma cultura portuguesa distinta, e merecem ser respeitados, mesmo discordando da ideia!
Enfim, igualmente aqueles que, ao defender uma Unificação Ibérica, defendem o aniquilamento puro e simples de Portugal, e a sua "castelhanização", também têm o direito de o afirmar sem receio de represálias. Contudo, na minha opinião, merecem-me menos respeito. Na verdade, aniquilar um País só porque atravessa um momento de crise parece-me ilógico e revelador de falta de confiança... e mesmo de imaginação. Defender que outros vão fazer o que a nós compete fazer é muita ingenuidade.
E, já agora, porque defender a opção espanhola? Revelaria mais imaginação (e MUITO maior proveito económico) uma federação marítima ("talassocrática") com a Holanda ou com a Dinamarca, por exemplo... O facto de partilharmos uma Península com um Estado não nos obriga a unir-nos por motivos "geográficos"...assim como a Suécia e a Noruega não se unem só porque partilham a península escandinava. O facto de se dizer que "Portugal saiu da Espanha", para além de errado (Portugal "saiu" do Reino de Leão, a Espanha não existia), a nada nos obriga também. Os holandeses e os suíços saíram da Alemanha... e não me consta que se defenda a sua reunificação com a pátria original. Todos estes argumentos escondem uma profunda incapacidade de pensar assuntos sérios com profundidade e num espírito construtivo, e revelam a preguiça de pensar Portugal a partir do que ele é. Melhor, revelam a preguiça de pensar. É muito mais cómodo (e parece ser moda) desistir e dizer que não vale a pena porque não se vai chegar a lado nenhum. Presume-se que os outros serão tão incapazes como quem o proclama. Talvez o mais preocupante seja verificar que a razão principal, quando não a única, dos que defendem a União Portugal-Espanha, é de natureza económica... ou interesseira. "Se fôssemos espanhóis, ganharíamos mais, já que eles ganham mais". Esta frase aparece em quase todos os inquéritos. O erro é evidente: quase sempre ao longo da História, Portugal repetiu um erro: esperar que a riqueza viesse ter ao seu encontro. Tal sucedeu na Época da Expansão, e noutras épocas mais ou menos favoráveis. As elites preferiam viver de rendimentos, pouco arriscando em busca de novas fontes de enriquecimento...principalmente se passavam por produzir algo de novo no seu próprio país... O povo em geral ia vivendo mal, e verificava que quem prosperava era quem menos riqueza produzia... quando não lançava mão de métodos menos honestos. Ser "esperto", "desenrascar-se", era muito mais rentável do que matar-se a trabalhar. Trabalho que, aliás, era visto como algo de pouco dignificante. O trabalho não era apanágio das classes dominantes. Uma mentalidade que ainda não foi de todo ultrapassada. O que se espera, muitas vezes, de uma União Ibérica é que estrangeiros façam por nós aquilo que nós próprios não conseguimos fazer. Uma ilusão. Imaginemos Madrid a subir o nível de vida em Portugal de um momento para o outro. Como iria buscar recursos para tal? Só tirando-os a regiões espanholas, que não o iriam aceitar nunca. Não se deve esquecer também que a tendência geral seria tirar Centros de Decisão de Portugal (por exemplo, sedes de empresas) para os aproximar de Madrid. Aliás, isso já sucede.
E se hoje o Poder político de Lisboa pode tentar contrariar livremente essa dita tendência, muito mais dificilmente o faria não sendo um Poder Independente. Há quem argumente que o Poder Central em Portugal poucas decisões acertadas toma para desenvolver Portugal e o nível de vida das suas populações. Mas... porque existe uma "coisa" chamada Independência Nacional, os portugueses podem, livremente, decidir votar em políticos mais eficazes. Usando uma expressão comum, podem até "derrubar o governo". Ninguém poderá interferir.
Mas... imagine-se que Portugal não era um Estado Soberano. Em caso de descontentamento com o Poder Central... como derrubá-lo...situando-se ele fora do território nacional... e sendo compartido com outras regiões? Já se meditou seriamente sobre isso? E... como se faria caso, após uma união ibérica, os interesses portugueses chocassem com os interesses de Madrid? Proclamava-se nova separação? E como reagiriam a isso as autoridades espanholas? Não se pretende com estes exemplos dizer que se "desconfia das intenções da Espanha", ou que "a Espanha é a bruxa má desta questão". Não. O que se pretende é que se medite seriamente nos riscos que se corre ao abdicar-se de uma Soberania Plena.
As lições de 1580-1640, e as da Guerra que se seguiu, deveriam ser muito bem estudadas. Não porque a História se repita, mas porque, por vezes, os exemplos do passado nos podem ajudar a projectar o futuro com mais sabedoria. Não creio, também, que o Povo Espanhol esteja "preparado" para tal tipo de União. Infelizmente, muitos encaram-na, ainda que inconscientemente, como uma "reunificação", ou "absorção". Na verdade, 44% dos espanhóis, contra 38%, declarou num estudo recente que Espanha deveria ser o nome de um eventual Estado Ibérico Unificado. E, nesse mesmo estudo, 80% dos inquiridos do País vizinho considerou que a Capital deveria ser Madrid, só 3% opinando por Lisboa.
Parece, pois, que uma União Ibérica levaria, quase seguramente, a uma centralização, directa ou indirecta, de poderes no Centro da Península...e, com o tempo, a uma despersonalização de Portugal. O exemplo da despersonalização efectuada, e ainda existente, em Olivença, dá que pensar. Quase me atreveria a perguntar a iberistas de vários quadrantes, quando vêem Portugal enquanto província ou Estado integrado numa "Ibéria", se deveria incluir Olivença (e Táliga) dentro do seu espaço, ou se deveria continuar em espaço alheio. Em termos históricos, e para concluir (e muito mais haveria a dizer), direi que nunca um povo ou um país prosperaram abdicando da sua existência. Nenhum estrangeiro (Espanhol, Francês, Alemão) nos virá "ajudar" sem pedir nada em troca. E sem ter tendência a monopolizar os cargos superiores e mais bem pagos... Terça, 31 de Outubro de 2006 - 13:07»
Carlos Luna carlosluna@iol.pt

sexta-feira, novembro 03, 2006

Pela transparência





Contribuir para o aumento da consciência cívica dos portugueses; Promover uma cultura de cidadania responsável e exigente; Alertar para os efeitos nocivos da corrupção; Veicular situações de falta de transparência.


"Há quatro ou cinco anos no Brasil, mais concretamente no Rio de Janeiro, deparava-se com uma grande profusão de autocolantes com “disque denúncia” e um número de telefone, muitos nos transportes públicos, que apelavam à denúncia de situações ligadas ao mundo de droga, para permitir às autoridades actuação sobre os traficantes.Recentemente no programa de televisão dos EUA (difundido em Portugal na SIC mulher) a apresentadora Oprah ofereceu 100.000 US dólares a quem contribua de forma evidente para a localização de pedófilos fugidos à justiça (leia-se denuncie), tendo já conseguido resultados positivos.Por cá, no Continente português, parece caminhar-se nesta linha embora de forma ainda não declaradamente assumida!Vejam-se exemplos:- A cooperação das empresas na investigação de práticas concertadas pela Autoridade da Concorrência, leia-se denúncia, que poderá levar à redução de penas e/ou coimas àquelas empresas. Ver Economia pág. 8, semanário Expresso de 09SET2006;- A carta anónima de 2003, leia-se denúncia, que levou (ainda bem) à investigação sobre os processos de aquisição de material de guerra pela Marinha. Ver pág. 72, semanário SOL de 07OUT2006;- Nalguns casos, substituindo-se à falta de (ou deficiente) fiscalização pelas entidades competentes (e ao facilitismo dos clientes), caso da actuação, leia-se denúncia, da DECO após a avaliação efectuada aos “Centros de inspecção periódica de automóveis”, perante a ineficácia de alguns daqueles Centros. Ver revista PROTESTE 272, de SET2006."

quinta-feira, novembro 02, 2006

Governança do Mar


Fotografia de Sailor Girl, tirada a bordo do Creoula em 2005

SOBRE a Estratégia Nacional para o Mar

por Orlando Temes de Oliveira

«1. O documento é mais um para juntar à vasta colecção de documentos de intenções e discursos sobre a importância do Mar. Nele estão inscritas todas as vertentes já mil vezes enunciadas, não obrigando o Estado a tomar medidas concretas em qualquer das citadas vertentes.

2. A única recomendação (ou intenção?) é criar um novo organismos para coordenar as medidas sobre o Mar. Ou seja, será mais uma instituição para juntar às muitas tutelas que os assuntos relativos ao mar hoje têm.

3. É urgente que sejam tomadas medidas concretas em 3 vertentes:

a- Seja reformulada a "governança" do Mar. Não é possível para um país em que o Mar é tido por muito importante que os assuntos relativos ao Mar e à actividade que nele se desenvolvem tenham as inúmeras tutelas que hoje se verificam (pelo menos 5 ministérios). O desaparecimento do então Ministério da marinha ainda não foi "digerido" flutuando as organizações ao sabor do vários Governos. É impossível resistir ao intricado processo de autorização para levar a cabo qualquer iniciativa (sempre necessário elaborar várias vezes quantas as entidades que tem de se pronunciar...)

b- Haja controlo e conhecimento do nosso Mar. Não podemos dizer que o Mar é fundamental e depois assistir na governação ao protelar da implantação de meios e sistemas assim como de organização e coordenação entre Autoridades competentes que permitam o dito controlo. Por outro lado são feitos imensos estudos sobre o mar e costa portugueses mas que ninguém se preocupa em compaginar (tenho receio que se queiram fazer mais estudos, em fuga para a frente)

c- Educação e Formação. Não vislumbro nenhuma medida concreta para que o ensino das coisas do mar seja rapidamente imposto (verifica-se é que a Escola de Pesca da Marinha Mercante única escola de mestrança e marinhagem irá desaparecer como entidade autónoma!). Se foi possível em pouco mais de uma década passar a mensagem do ambiente, porque não sobre o Mar?

4. São medidas nestas 3 vertentes que julgava ter sido possível agora apresentar obrigando-se o governo a produzir as necessárias acções.

De realçar o curto período que é dado para se comentar um documento que demorou mais de um ano a elaborar!»

quarta-feira, novembro 01, 2006

Avaliar a República Corporativa

Está na hora de avaliar as três Repúblicas. Um elemento novo é o album de banda desenhada super-premiado na Amadora.

Melhor Álbum - Salazar, agora na hora da sua morte
Autores: Miguel Rocha (desenho), João Paulo Cotrim (argumento)
Editora:
Parceria A.M.Pereira
Melhor argumento de autor português
Argumentista: João Paulo Cotrim
Melhor desenho de autor português
Desenhador: Miguel Rocha

Sobre este álbum , recomenda-se a posta do Pedro Vieira de Moura, no LerBD.

Para melhor perceber esta biografia sobre António de Oliveira Salazar, as visitas aos sítios republicanos salazaristas e Salazar no SAPO, são absolutamente obrigatórias.

OLIVENÇA - Não é prioridade.... mas é símbolo!

Gravura de Bravo da Mata (1988)

Olivença back to Portugal

Olivenza is a Portuguese territory illegaly occupied by Spain. Portugal does not recognize the Spanish sovereignty over the Olivenza territory. Therefore, the border between these two countries in the Olivenza region has never been defined– in the delimitation of the border between the two Iberian states 100 landmarks have not yet been placed. The rights of sovereignty that Portugal possesses over Olivenza are unarguable and no expert in International Law can question it.

The Portuguese Constitution, in Article 5, number 3, makes it impossible for that territory to be given to Spain. Thus the only solution to this peninsular litigation lies in the fulfilment of the Vienna Treaty of 1815, whereby Spain pledged to return Olivenza to Portugal, which has not
happened so far.


(Created by Sam Gomes)
To see: www.olivenca.org